Estudo traz esperança para pacientes com câncer de pâncreas não operável

O uso de campos elétricos sobre o câncer de pâncreas não operável, aliado à quimioterapia, aumentou a sobrevida global e livre de dor de pacientes com a doença. É o que mostra um estudo norte-americano de fase 31, publicado pela revista da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (Asco). Até hoje, a terapia que utiliza os campos elétricos para impedir a multiplicação de células tumorais se limitava ao tratamento de glioblastomas, um tipo de tumor cerebral. O trabalho trouxe esperança às pessoas com esta enfermidade difícil de tratar — apenas 13% dos pacientes sobrevivem cinco anos após o diagnóstico.

A pesquisa envolveu 571 adultos com adenocarcinoma, o tumor de pâncreas que responde por 95% dos casos. Todos passaram por sessões de quimioterapia. Mas apenas 50% receberam a aplicação de ondas elétricas. “Comparado a outros tumores, o câncer de pâncreas apresenta poucas opções de tratamento. Por isso, este estudo é muito bem-vindo, principalmente por sugerir uma alternativa sem efeito colateral, como o campo elétrico”, observa a oncologista Ana Carolina Nobre, da Oncologia D’Or.

O diagnóstico do câncer de pâncreas é desafiador, porque os sintomas só aparecem numa fase avançada, quando surgem sinais como icterícia, fadiga, falta de apetite, perda de peso e dores no abdômen e nas costas. A descoberta tardia e o comportamento agressivo fazem do câncer de pâncreas uma enfermidade altamente letal. “Mesmo quando é diagnosticado em sua fase inicial, o tumor pode não ser ressecável, se tiver invadido vasos sanguíneos”, explica a especialista.

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O estudo PANOVA, realizado em 20 países sob a coordenação da Clínica Mayo, acompanhou os pacientes por cinco anos. Passados 12 meses, 68% dos que fizeram a nova terapia estavam vivos, 8% acima do grupo de controle. A sobrevida livre de dor foi de 15 meses nos pacientes submetidos às ondas elétricas, bem superior aos nove meses registrados no outro grupo.

A doença

O câncer de pâncreas é o 14º tumor mais prevalente no País, sem considerar o câncer de pele não melanoma. Em 2025, deverão ser diagnosticados 10.980 casos da doença, responsável por 5% das mortes por todos os tipos de câncer no Brasil. Só entre 2011 e 2020, a taxa de letalidade dessa neoplasia subiu 53,9%, passando de 7.726 para 11.893. Embora seja mais comum em homens, ela vem crescendo entre as mulheres, passando a figurar entre os dez tipos de câncer mais comuns da população feminina das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

O fenômeno não ocorre apenas no Brasil. Um estudo estatístico publicado na revista da Associação Médica Americana projetou a incidência e a mortalidade por câncer nos Estados Unidos entre 2020 e 2040. A previsão é que, em 17 anos, o câncer de pâncreas será o segundo mais letal, ficando atrás apenas do câncer de pulmão.

A doença tem origem multifatorial, sendo associada ao histórico familiar e fatores externos como obesidade, tabagismo, diabetes e alcoolismo. É mais comum a partir dos 60 anos. Segundo a União Internacional para o Controle do Câncer (UICC), a incidência aumenta com o avanço da idade. Na faixa dos 40 a 50 anos, são registrados 10 casos a cada 100 mil habitantes. Entre os 80 e os 85 anos, essa proporção sobe para 116 casos a cada 100 mil pessoas.

As medidas preventivas incluem controlar o peso, praticar atividade física, ter uma dieta rica em frutas, verduras e carnes magras, não fumar e evitar o consumo de bebidas alcoólicas e alimentos ultraprocessados. Não há exame de rastreio para detectar o câncer de pâncreas de maneira precoce.

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