Covid-19: Câncer não espera três meses

Por Bruno Ferrari

O tempo é decisivo em muitas condutas. Na pandemia que parou o mundo, a evolução da curva epidemiológica da Covid-19 impactará nossas vidas nos próximos meses. Os oncologistas estão na linha de frente da luta contra o câncer e agora, como todos, travamos a batalha mundial contra o novo coronavírus.

O câncer é a segunda doença que mais mata no mundo e no Brasil, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). O câncer não espera. Nem três meses, nem duas semanas. O paciente não pode esperar. São 625 mil novos casos ao ano no Brasil, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), e 18 milhões no mundo, de acordo com a OMS. Hoje, 43,8 milhões de pessoas vivem os cinco anos de prevalência do câncer, e 1,3 milhão delas estão no Brasil.

Os tratamentos oncológicos não devem ser interrompidos. A atenção para a doença ser detectada precocemente não pode ser descuidada. O adiamento de cirurgias e de exames diagnósticos pode afetar chances de cura. Temos procurado informar pacientes que temem prosseguir tratamentos. Isso vale para profissionais em toda linha de cuidado oncológico. É imprescindível garantir a segurança dos que precisam ir às clínicas e aos hospitais, com sistemas ainda mais rigorosos para evitar o contágio de Covid-19.

Por terem a imunidade comprometida, pacientes em tratamento ativo fazem parte do grupo mais vulnerável a desenvolver a Covid-19 na forma grave. Como todos, é essencial seguir as orientações de higiene, como lavar sempre as mãos, e evitar contato com pessoas com sintomas de gripe, febre e falta de ar. Se não há necessidade de sair de casa, não saia. Neste cenário, a telemedicina desponta como aliada. Mas muitas pessoas com câncer terão de enfrentar a angústia e o mundo externo às suas janelas para combater uma doença que é terrivelmente letal se não tiver tratamento adequado.

Assim como há serviços essenciais que precisam continuar, existem tratamentos essenciais que devem prosseguir, sob risco de perdermos vidas que podem ser salvas. É preciso que cada paciente discuta com seu oncologista benefícios e riscos de manter ou adiar procedimentos. Condutas devem ser individualizadas. Se houver diagnóstico de Covid-19, o tratamento da infecção será priorizado. Mas o mantra é: converse com seu médico.

Já são conhecidos relatos em países severamente atingidos pelo novo coronavírus que enfrentam interrupções na cadeia de suprimento de remédios. A comunidade médica internacional avalia mudanças substanciais em como a pesquisa e a medicina serão praticadas. Nos adaptaremos até que os efeitos da crise se concretizem por completo.

Médicos lidam com situações limite. O desafio é imenso, mas lutaremos. Uma pandemia dessa magnitude requer extremo cuidado e equilíbrio. O mundo tem aprendido: para cuidar de si, deve-se cuidar de todos. Temos a missão de cuidar da vida dos pacientes como se fossem nossas vidas e saberemos dar o melhor de nós até que tudo passe, com segurança para todos.


*Bruno Ferrari é Oncologista clínico, fundador e presidente do conselho de administração do Grupo Oncoclínicas.

Damos valor à sua privacidade

Nós e os nossos parceiros armazenamos ou acedemos a informações dos dispositivos, tais como cookies, e processamos dados pessoais, tais como identificadores exclusivos e informações padrão enviadas pelos dispositivos, para as finalidades descritas abaixo. Poderá clicar para consentir o processamento por nossa parte e pela parte dos nossos parceiros para tais finalidades. Em alternativa, poderá clicar para recusar o consentimento, ou aceder a informações mais pormenorizadas e alterar as suas preferências antes de dar consentimento. As suas preferências serão aplicadas apenas a este website.

Cookies estritamente necessários

Estes cookies são necessários para que o website funcione e não podem ser desligados nos nossos sistemas. Normalmente, eles só são configurados em resposta a ações levadas a cabo por si e que correspondem a uma solicitação de serviços, tais como definir as suas preferências de privacidade, iniciar sessão ou preencher formulários. Pode configurar o seu navegador para bloquear ou alertá-lo(a) sobre esses cookies, mas algumas partes do website não funcionarão. Estes cookies não armazenam qualquer informação pessoal identificável.

Cookies de desempenho

Estes cookies permitem-nos contar visitas e fontes de tráfego, para que possamos medir e melhorar o desempenho do nosso website. Eles ajudam-nos a saber quais são as páginas mais e menos populares e a ver como os visitantes se movimentam pelo website. Todas as informações recolhidas por estes cookies são agregadas e, por conseguinte, anónimas. Se não permitir estes cookies, não saberemos quando visitou o nosso site.

Cookies de funcionalidade

Estes cookies permitem que o site forneça uma funcionalidade e personalização melhoradas. Podem ser estabelecidos por nós ou por fornecedores externos cujos serviços adicionámos às nossas páginas. Se não permitir estes cookies algumas destas funcionalidades, ou mesmo todas, podem não atuar corretamente.

Cookies de publicidade

Estes cookies podem ser estabelecidos através do nosso site pelos nossos parceiros de publicidade. Podem ser usados por essas empresas para construir um perfil sobre os seus interesses e mostrar-lhe anúncios relevantes em outros websites. Eles não armazenam diretamente informações pessoais, mas são baseados na identificação exclusiva do seu navegador e dispositivo de internet. Se não permitir estes cookies, terá menos publicidade direcionada.

Visite as nossas páginas de Políticas de privacidade e Termos e condições.

Importante: A Medicina S/A usa cookies para personalizar conteúdo e anúncios, para melhorar sua experiência em nosso site. Ao continuar, você aceitará o uso. Veja nossa Política de Privacidade.