Enfrentamento do câncer de mama requer mudanças urgentes nas políticas públicas

O Brasil é um dos protagonistas na reunião anual da ASCO (American Society of Clinical Oncology). No encontro promovido por uma das mais respeitadas organizações médicas internacionais a orientar decisões no tratamento de pacientes com câncer em diversas partes do mundo, a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), em conjunto com o Centro Avançado de Diagnóstico de Doenças da Mama (CORA) da Universidade Federal de Goiás, apresentou um estudo inédito sobre o rastreamento do câncer de mama no Brasil na última década. “Os resultados da investigação apontam para a necessidade urgente de mudanças de estratégia por parte do Ministério da Saúde no rastreamento mamográfico e no tratamento da doença no País”, afirma o mastologista Ruffo Freitas-Junior, assessor especial da SBM.

No evento realizado em Chicago (Illinois, EUA), entre 30 de maio e 3 de junho, Ruffo Freitas-Junior discorreu sobre o estudo “Disparidades no rastreamento do câncer de mama no Sistema Único de Saúde (SUS): Um alerta para a necessidade de mudança nas políticas públicas”. Autor da pesquisa, juntamente com Aline Bandeira de Melo Rocha, Leonardo Soares e Nilceana Freitas, o mastologista da SBM analisou dados extraídos de bancos de dados do Sistema Único de Saúde (DataSUS) no período de 2013 a 2022.

Entre mulheres com 40 a 49 anos, faixa etária para a qual a Sociedade Brasileira de Mastologia recomenda o início do rastreamento mamográfico, a média de exames realizados chegou a 22% em uma década. No mesmo período analisado, 54% dos casos diagnosticados são dos estadios III e IV, os mais avançados da doença.

O estudo também traz dados sobre mulheres de 50 a 69 anos, faixa que o Ministério da Saúde prioriza para a realização da mamografia. “Neste grupo, 33% estão incluídas no rastreamento mamográfico, com 48% dos diagnósticos nos estadios III e IV”, destaca Freitas-Junior.

Entre mulheres com 70 anos ou mais, o total de mamografias realizadas chega a 10%, com 49% de casos avançados da doença.

O levantamento considerou ainda o rastreamento mamográfico por regiões do País. “Nos estados do Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil, observamos uma cobertura mais baixa, o que revela disparidades regionais a serem corrigidas”, enfatiza o mastologista.

Considerando a Lei dos 60 Dias (Lei nº 12.732/2012), em vigor em todo o território nacional, que preconiza o período máximo de 60 dias para o início do tratamento após a confirmação do diagnóstico de câncer de mama, o representante da SBM destaca a partir de dados do DataSUS que apenas uma entre duas mulheres são tratadas.

Ruffo Freitas-Junior ressalta que, embora os dados reflitam a necessidade de aumentar a cobertura do rastreamento do câncer de mama para além da faixa etária de 50 a 69 anos, as políticas públicas do Ministério da Saúde não sofreram alterações na última década. “Mais que nunca, é preciso garantir o acesso equitativo ao diagnóstico precoce e ao tratamento oportuno, especialmente nas áreas menos favorecidas do Brasil”, conclui o especialista da Sociedade Brasileira de Mastologia.

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