Brasil soma 8,6 mil novos casos anuais de câncer infantojuvenil

Apesar dos avanços no diagnóstico e nas terapias oncológicas, o câncer infantojuvenil ainda representa um grande desafio para famílias e profissionais de saúde. No Brasil, especialistas reforçam que a informação de qualidade, acesso a centros especializados e campanhas de conscientização são fundamentais para aumentar as chances de cura e reduzir sequelas a longo prazo. Pensando nisso, em alusão ao Setembro Dourado, mês dedicado a conscientização sobre os cânceres infantojuvenis, a Sociedade Brasileira de Radioterapia (SBRT) traz os dados e explica como são diagnosticados e tratados os pacientes com as neoplasias mais comuns nessa faixa etária.

De acordo com estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA) são esperados 8.600 novos casos da doença no país em 2025. Outro dado, de estudo internacional publicado na revista Radiotherapy and Oncology que contemplou mais de 13 mil pacientes pediátricos, aponta que cerca de 33% das crianças e adolescentes com câncer recebem ao menos um ciclo de radioterapia curativa ou paliativa em algum momento da jornada de tratamento. Projetando para os números brasileiros, são cerca de 2.800 casos anuais de câncer pediátrico que recebem a indicação de radioterapia no país.

O radio-oncologista Eduardo Weltman, ex-presidente e membro da Sociedade Brasileira de Radioterapia e coordenador médico do Serviço de Radioterapia do Hospital Israelita Albert Einstein explica que a radioterapia em crianças exige cuidados especiais, já que elas estão em pleno desenvolvimento físico e neurológico.

Segundo ele, as principais preocupações são a preservação das áreas de crescimento ósseo, a prevenção de alterações ortopédicas e a redução de doses para minimizar sequelas e o risco de tumores secundários induzidos pela radiação no futuro. “Por isso, as indicações são sempre muito criteriosas e, cada vez mais, há um esforço para combinar a radioterapia com outras abordagens terapêuticas, como a quimioterapia, reduzindo possíveis efeitos colaterais a longo prazo”, explica.

Os tipos de câncer pediátrico

Os tipos mais comuns de câncer diagnosticados em crianças de 0 a 14 anos são as leucemias, linfomas, tumores do sistema nervoso central, neuroblastoma e um tipo de câncer de rim chamado tumor de Wilms. Segundo a Organização Mundial da Saúde, são mais de 150 mil casos anuais de câncer nesta faixa etária de até 14 anos. Quando se considera a faixa etária de 0 a 19 anos, o número salta para mais de 400 mil casos anuais.

A leucemia é o câncer mais comum na infância e, entre os tumores sólidos, os de sistema nervoso central são os mais frequentes, com destaque para o meduloblastoma, ependimoma e alguns tumores de tronco cerebral. Outro tumor que merece atenção especial é o retinoblastoma, câncer ocular raro, mas grave, que pode ser diagnosticado ainda nos primeiros anos de vida, como no caso da filha dos jornalistas Thiago Leifert e Daiana Garbin. Um desafio é garantir o diagnóstico precoce no câncer infantojuvenil.

“Muitas vezes, a criança passa por várias consultas em Pediatria e emergências até que o caso seja devidamente investigado. É fundamental que pais e profissionais estejam atentos a sinais de alerta, como nódulos persistentes no pescoço, axila ou virilha que não estejam relacionados a infecções e apresentam crescimento progressivo. Sintomas como febre sem causa aparente, perda de peso e sudorese noturna também merecem atenção imediata, pois podem indicar doenças como os linfomas”, explica Weltman.

No tratamento oncológico pediátrico, as técnicas modernas de radioterapia têm desempenhado um papel fundamental para aumentar a eficácia e reduzir os efeitos colaterais. Entre elas, destaca-se a IMRT e principalmente a VMAT (radioterapia em arco volumétrico), em que o equipamento gira em torno do paciente enquanto libera a radiação de forma precisa. Outra tecnologia de grande impacto é a protonterapia, “Apesar de não estar disponível na América Latina, ela consegue concentrar praticamente 100% da dose no tumor, reduzindo quase a zero a radiação em áreas vizinhas. Essa técnica é especialmente indicada para pacientes pediátricos, pois ajuda a diminuir sequelas tardias e o risco de um segundo câncer”, comenta.

Sintomas de alerta

Entre os principais sinais de alerta de câncer pediátrico estão nódulos persistentes nas regiões cervical, axilar, inguinal ou viril, além de crescimento abdominal anormal ou a presença de massas palpáveis, sobretudo em crianças menores de 5 anos. Febre sem causa aparente, perda de peso inexplicável e sudorese noturna também são sintomas que merecem investigação médica. Outro indicativo é a alteração no reflexo ocular observada em fotografias, que pode estar associada ao retinoblastoma. “É muito importante que pais e cuidadores fiquem atentos a sinais de alerta. Quanto mais cedo essas alterações forem identificadas, maiores são as chances de sucesso no tratamento e preservação da qualidade de vida da criança”, finaliza Weltman.

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