Diagnóstico precoce propicia cura do câncer infantil em cerca de 80% dos casos
O isolamento social, aliado ao receio de frequentar um ambiente hospitalar, em plena pandemia do novo coronavírus, pode prejudicar o diagnóstico precoce de algumas doenças, entre elas, os cânceres, principalmente na criança e no adolescente, que são complexos, mas totalmente tratáveis, desde que diagnosticados em estágio inicial. De acordo com Nasjla Saba, oncologista pediátrica do Hospital do GRAACC, o diagnóstico precoce e tratamento especializado promovem a cura do câncer infantil em aproximadamente 80% dos casos.
Entre os tipos mais frequentes de cânceres da criança e adolescente destacam-se os tumores do sistema nervoso central (SNC), com incidência em torno de 20%. A doença é o segundo câncer mais frequente na infância depois das leucemias e tem seu auge nos primeiros dez anos de vida. Por esse motivo, qualquer indício que possa auxiliar na indicação do surgimento de um tumor não deve ser descartado.
“Não existem fatores de risco nas crianças e adolescente e sim algumas condições genéticas que predispõem o aparecimento de um câncer. Os sinais e sintomas mais frequentes dos tumores do sistema nervoso central são dor de cabeça, vômitos, desequilíbrio ao andar, alterações visuais, convulsão. Em bebês com menos de um ano, por exemplo, irritabilidade, aumento anormal do perímetro cefálico, alteração ocular, como estrabismo, e vômitos sem motivo aparente devem ser investigados”, explica Nasjla Saba.
Sinais de alerta
Além desses sinais, que são específicos para tumores do sistema nervoso central, existem outros fatores que, invariavelmente, são confundidos com doenças comuns da infância. Por isso, é preciso ficar atento em casos de dores nos ossos (pernas, com ou sem inchaço), manchas roxas pelo corpo não relacionados a traumas, palidez e fraqueza frequente, inchaço na barriga, perda de peso, aumento dos gânglios linfáticos, além de quadro constante de febre e sudorese.
“No Hospital do GRAACC alcançamos índices de cura comparáveis aos serviços especializados da Europa e Estados Unidos. Porém, é preciso que o diagnóstico seja precoce para conseguimos altas taxas de cura da doença”, comenta a oncologista pediátrica.