Câncer afeta cada vez mais pessoas abaixo dos 50 anos
Diagnósticos de neoplasias em pessoas com menos de 50 anos são cada vez mais frequentes, e podem estar relacionados à mudança no estilo de vida ao longo dos últimos anos. Por isso, ações preventivas baseadas em informação e o rastreio ao menor indício de doença são atitudes que salvam vidas, e que devem ser a tônica no Dia Mundial de Combate ao Câncer, no próximo dia 8.
Um estudo científico publicado ano passado no periódico The British Medical Journal revelou que nos últimos 30 anos houve um aumento de 79% nos casos de câncer em pessoas abaixo de 50 anos, em todo o mundo. Também, estima que nos próximos seis anos haverá 31% a mais de mortes nessa população. E o mais impressionante: as pessoas que estão na faixa etária dos 40 anos serão, proporcionalmente, as mais afetadas.
“O aumento dos casos entre os mais jovens pode estar atrelado à mudança no estilo de vida, mais urbana, mudanças alimentares, sedentarismo e exposição a poluentes. A maior liberdade sexual também aumenta o risco de exposição aos vírus que causam HPV, Herpes e as Hepatites B e C”, pontua Paulo Hoff, presidente da Oncologia da Rede D’Or e membro diretor do ICESP.
Rastreio do câncer
Hoff esclarece que as causas do câncer são multifatoriais e estão inseridas em um contexto de longo prazo, já que a doença leva de 10 a 20 anos desde o desencadeamento até se manifestar. “Quem descobre o câncer mais cedo, tem maiores chances de cura, isso em qualquer idade, independentemente de a pessoa ter 40 ou 80 anos”.
“No futuro, o rastreio poderá ser feito com uma simples coleta de sangue, que irá mostrar se há presença de células cancerígenas no corpo, mas até lá é preciso afastar ao máximo os fatores de risco”, finaliza o presidente da Oncologia da Rede D’Or.