Saúde mental: pesquisa revela contradições entre cuidados e sintomas
Um novo estudo do Instituto QualiBest, pioneiro em pesquisas online no Brasil, traz à tona um panorama complexo. A pesquisa mostra que 75% dos entrevistados avaliam a própria saúde mental como “boa” ou “muito boa”. No entanto, 73% relataram sintomas emocionais nos últimos dois anos.
Entre os mais comuns, estão a insônia (40%), cansaço sem causa aparente (34%) e irritabilidade (32%). Vale destacar que isso ocorre com maior prevalência entre as participantes do sexo feminino. “As mulheres tendem a reconhecer e relatar mais os sintomas emocionais, o que pode refletir uma maior abertura para lidar com essas questões,” comenta Fabia Silveira, Gerente de planejamento e atendimento do Instituto QualiBest.
Embora a pesquisa tenha revelado que 83% dos participantes cuidem da saúde mental, entre os que tiveram algum sintoma nos últimos anos, 37% nunca passou por consulta com especialistas, indicando uma preferência pelo “autocuidado”. Ouvir músicas, assistir séries e filmes, passar tempo com a família e praticar atividade física foram as mais citadas entre as ações feitas para melhorar nesse quesito. Entre os que já procuraram um especialista (56%), 34% já foram diagnosticados com alguma doença emocional. Ansiedade (80%), depressão (43%), Síndrome do Pânico (15%) e Transtornos do Sono (14%), como insônia e hiper sonolência foram as principais enfermidades citadas entre aqueles que já receberam um diagnóstico.
Quanto aos principais gatilhos para essas doenças emocionais ocorrerem, estão: questões financeiras (43%); problemas de relacionamento (39%); e episódios traumáticos ao longo da vida (32%).
Trabalho e Saúde Mental
Entre os que estão empregados (59%), dois terços relatam contentamento com o emprego atual, refletindo uma dicotomia entre satisfação profissional e impacto emocional, já que 85% da amostra total entendem que o mercado de trabalho contribui em algum grau para o aparecimento de doenças emocionais e 34% confirmam que o trabalho trouxe alguma questão emocional às suas vidas. Entre os fatores que levam a isso, tarefas excessivas, má remuneração e a falta de empatia do empregador são os três principais apontados.
Na outra ponta, empresas com boa remuneração (48%), apoio psicológico (37%), que investem na capacitação e especialização dos funcionários (29%) e têm flexibilidade de horário de trabalho (28%) são bem-vistas e agregam maior qualidade de vida aos empregados. “Pudemos perceber no estudo que o público feminino prioriza benefícios que trazem maior equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, enquanto os homens tendem a preferir benefícios que entregam maior desenvolvimento na carreira”, finaliza Fabia.
Sobre a pesquisa
O estudo online ouviu 4.087 internautas, entre homens e mulheres acima de 16 anos de todas as classes sociais. O levantamento, de abrangência nacional, foi realizado entre 1º de agosto e 29 de outubro de 2024. A margem de erro do estudo foi de 1,56 pontos percentuais, com um nível de confiança de 95%.