Estudo inédito vai revelar o estágio de Interoperabilidade do sistema de saúde brasileiro

A ABCIS – Associação Brasileira CIO e Líderes de Tecnologia em Saúde, a SBIS – Sociedade Brasileira de Informática em Saúde, e o Instituto HL7 Brasil, organização desenvolvedora de padrões (SDOs) internacional, se uniram para lançar o “Panorama da interoperabilidade na saúde brasileira”, uma série histórica que pretende retratar a partir de 2025 os avanços do país sobre o tema.

A interoperabilidade, que é a capacidade de diferentes sistemas se comunicarem de forma padronizada e segura, ainda é um dos maiores desafios no Brasil. Problemas como silos de informação, falta de padronização, custos de integração elevados e barreiras regulatórias comprometem a continuidade do cuidado, a eficiência operacional e a segurança do paciente.

O estudo será feito a partir de realização de uma pesquisa de âmbito nacional. Trata-se de um questionário com 24 questões e com um tempo médio estimado de 20 minutos para responder na sua totalidade.

Voltado para os hospitais, laboratórios, operadoras e demais atores de saúde, a pesquisa tem como objetivo coletar dados sobre como as instituições estão lidando com a troca de informações, seja internamente ou com atores externos.

O comitê técnico da pesquisa é formado por representantes de três instituições reconhecidas: ABCIS, que traz a visão estratégica dos CIOs e líderes de tecnologia em saúde; SBIS, referência em conhecimento técnico, normativo e científico em informática em saúde; e o Instituto HL7 Brasil, responsável por fomentar no país os padrões internacionais de interoperabilidade, fundamentais para que os dados circulem de forma segura e eficiente.

A soma das expertises traz legitimidade, representatividade e força técnica à iniciativa, criando uma oportunidade inédita para construir uma visão integrada sobre o estágio da interoperabilidade no Brasil.

Segundo Jussara Rötzsch, presidente do HL7 Brasil, e terminologista e especialista em modelagem de informação no Hospital Sírio-Libanês, a união das entidades é um marco. “É a primeira vez que as principais instituições de saúde digital do Brasil se unem em uma pesquisa nacional sobre interoperabilidade. Esse diagnóstico é histórico porque nos ajudará a enxergar onde estamos e para onde precisamos ir. Cada avanço nessa agenda traz mais eficiência ao sistema de saúde e salva vidas”, comenta.

“A realização conjunta nasce da convergência de propósitos e da complementaridade de atuação dessas três entidades cíveis referenciadas pelo setor. Essa união inédita fortalece o propósito comum, que é acelerar a transformação digital da saúde no Brasil, tornando a interoperabilidade uma realidade em benefício de pacientes, profissionais e instituições, complementa Sonia Poloni, CEO da ABCIS.

“A interoperabilidade é mais que um desafio, ela é o futuro da saúde quebrando todos os paradigmas que conhecemos e criando realidades no Brasil e no mundo. Com isso, essa pesquisa se torna fundamental para todos nós que trabalhamos nesse sentido, unindo esforços institucionais de diferentes frentes para ampliar a nossa capilaridade de alcance e engajamento. As respostas com as informações de forma colaborativa serão uma grande bússola para orientar a consolidação da interoperabilidade no Brasil”, afirma Antônio Carlos Onofre de Lira, presidente da SBIS.

Contexto Regulatório

No Brasil, a interoperabilidade no sistema de saúde tem ganhado destaque nos últimos anos, especialmente com a evolução da saúde digital. Diversos marcos regulatórios, estratégias e normas técnicas vêm sendo implementados para garantir a troca segura, padronizada e eficiente de dados de saúde entre diferentes sistemas e instituições.

O recente Decreto Presidencial n° 12560 de julho de 2025 estabelece diretrizes nacionais para interoperabilidade em saúde. Na prática, determina que os sistemas de informação em saúde, tanto públicos quanto privados, sigam os padrões de interoperabilidade definidos pelo Ministério da Saúde.

A Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS) se consolidou como o ambiente central de interoperabilidade nacional, permitindo que diferentes sistemas compartilhem dados clínicos, exames, vacinação.

Diagnóstico estratégico para apoiar decisões

De acordo com Atualpa Aguiar, diretor de tecnologia na MêdSenior, e coordenador do Grupo de Trabalho de Interoperabilidade na ABCIS, a iniciativa será fundamental para orientar políticas e investimentos. “Historicamente, a saúde suplementar e o SUS têm operado de forma paralela, com sistemas que não conversam entre si. Essa iniciativa permitirá mapear de forma realista o estágio da interoperabilidade no país, identificar lacunas e propor caminhos consistentes para evolução”, explica.

O levantamento também será uma ferramenta prática para os gestores. “Para hospitais, clínicas e operadoras, o diagnóstico será uma referência útil, vai ajudá-los a investir melhor, a escolher soluções mais alinhadas com padrões internacionais e a evoluir a partir do que já possuem hoje”, reforça Jussara.

Não se trata de uma ferramenta para medir o nível de maturidade em interoperabilidade de cada instituição e sim, um estudo estatístico que será útil do ponto de vista de benchmarking e referência no tema interoperabilidade em saúde. Nenhuma instituição terá os dados expostos, auditados. Serão dados que serão usados de forma anonimizada e macro”, explica Sonia.

Além disso, os resultados devem reduzir a tomada de decisão baseada apenas em percepções fragmentadas. “O grande valor dessa pesquisa está em oferecer um raio-x nacional sobre interoperabilidade. Em vez de decisões baseadas em percepções subjetivas, passaremos a ter dados concretos para orientar políticas públicas, investimentos e estratégias institucionais”, acrescenta Aguiar.

Próximos passos

O questionário já está disponível para participação de hospitais, clínicas, operadoras, laboratórios e demais instituições em todo o Brasil. Um recorte do resultado da pesquisa será apresentado publicamente durante o Healthcare Innovation Show (HIS), um dos mais importantes eventos de inovação em saúde do país, que acontece em outubro.

“A pesquisa tem potencial de criar uma base comum de entendimento para todo o setor. Com um diagnóstico nacional em mãos, passamos a falar a mesma língua e podemos estabelecer prioridades que tragam ganhos reais em eficiência, qualidade assistencial e sustentabilidade”, exalta Jussara. “Mais do que levantar dados, queremos provocar reflexão e mudança. Nosso objetivo é entregar ao setor um instrumento que sirva de guia para decisões estratégicas, de forma que a interoperabilidade deixe de ser apenas um discurso e se consolide como parte da infraestrutura crítica da saúde no Brasil”, completa Aguiar.


Para mais informações, acesse: https://ti.abcis.org.br/grupo-de-trabalho-interoperabilidade 

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