BP Mirante sedia cirurgia robótica inédita no Brasil
Cirurgiões especialistas em coluna, ortopedia oncológica e cirurgia robótica de tórax realizaram juntos no BP Mirante, hospital premium da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, um procedimento inovador e inédito no Brasil, para a retirada de um sarcoma de Ewing, um tipo de tumor maligno e altamente agressivo, localizado na coluna de um paciente de 25 anos.
Ao todo 9 cirurgiões, três anestesistas e dois neurofisiologistas participaram da cirurgia que durou 7 horas e foi realizada em duas etapas. Na primeira, o cirurgião de tórax Ricardo Terra utilizou o robô da Vinci Xi para acessar o tumor por via torácica e prepará-lo para a retirada. “Separamos o tumor das estruturas vasculares, com ligadura das artérias segmentares que são originadas da aorta para permitir que as vértebras fossem cortadas ao meio, sem lesão vascular acidental. Além disto, foi possível delimitar o tumor por dentro da caixa torácica para permitir que as costelas fossem cortadas na segunda etapa da cirurgia sem risco para penetração acidental no tumor”, explica o especialista.
Com o tumor “separado” a equipe de cirurgia de coluna liderada pelos especialistas William Jacobsen Teixeira e Douglas Kenji Narazaki deu início à segunda etapa. Por meio de uma incisão nas costas, os cirurgiões abriram o canal medular e seccionaram duas raízes da coluna torácica para expor uma parte do corpo da vértebra comprometido pelo tumor e as costelas na parede torácica. Fizeram um corte nas vértebras de T10 e T11 e de três coletas para que o tumor fosse retirado como uma peça única. O espaço deixado pela retirada de parte das costelas foi preenchido pela musculatura. “A ausência dessa parte das costelas não comprometerá a postura e a qualidade de vida do paciente. Para evitar deformidade, a coluna foi fixada com parafusos pediculares”, detalha William Jacobsen Teixeira
Antes de realizar a cirurgia, o paciente, um homem adulto jovem de 25 anos, realizou sessões de quimioterapia com resposta aquém do esperado, circunstância que tornou o procedimento cirúrgico a alternativa mais adequada. ” É um tumor raro em adultos e, com a quimioterapia, tivemos um resultado pior do que se observa em crianças. Com o tumor residual, levamos o caso para uma discussão multidisciplinar que considerou a cirurgia o melhor passo a seguir. A prática rotineira da discussão entre os diversos especialistas faz toda a diferença para o cuidado dos pacientes com câncer”, analisa Rafael Schmerling, oncologista clínico do Centro Oncológico da BP, e que acompanha o caso do paciente desde o ano passado.
Relato em revistas científicas
A relevância da cirurgia realizada no BP Mirante será relatada em publicações científicas. Em breve, os médicos que participaram do procedimento descreverão o feito para publicação do case em alguns periódicos. “A cirurgia robótica em tórax geralmente é utilizada para retirar tumores do pulmão. Nós utilizamos essa tecnologia de uma forma diferente. Trabalhamos em conjunto com especialistas em coluna para retirar um tumor de uma região extremamente delicada, na qual dificilmente teríamos o mesmo resultado se fosse uma cirurgia convencional” resume André Mathias, ortopedista oncológico da BP, que coordenou a realização do procedimento.
“É um procedimento inédito no Brasil com raras descrições inclusive na literatura internacional. Nossa intenção é descrever e publicar para que outros profissionais possam tê-lo como referência para ajudar pacientes com casos semelhantes”, complementa Ricardo Terra.
Inovação em alta complexidade
Na avaliação do Superintendente Médico e Desenvolvimento Técnico da BP, Luiz Eduardo Loureiro Bettarello, o procedimento é um exemplo de inovação em alta complexidade e mostra que o BP Mirante é um hospital que tem essa característica “Estamos unindo o que há de mais moderno em tecnologia de saúde, profissionais altamente capacitados e competentes com foco na inovação. Isso confirma que estamos oferecendo o melhor para os nossos clientes e ao mesmo tempo contribuindo para o desenvolvimento da medicina”.