Antirretroviral nacional deve gerar economia anual de R$ 80 milhões
Pacientes que convivem com o HIV ganham uma nova opção de acesso ao tratamento na rede pública. Desde 24 de março, o Sistema Único de Saúde (SUS) passou a disponibilizar o Dolutegravir (versão 50 mg com comprimidos revestidos) com produção nacional, o que deve gerar uma economia anual em torno de R$ 80 milhões aos cofres do governo. O fornecimento do antirretroviral é resultante de uma Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PDP) entre a Blanver e o Laboratório Farmacêutico do Estado de Pernambuco (Lafepe), vinculado ao governo estadual e que mantém convênio com o Ministério da Saúde. O acordo prevê 79,5 milhões de comprimidos em escala nacional até o fim do ano.
“Mais do que preencher uma demanda premente de saúde, vamos reduzir a vulnerabilidade do SUS com a produção verticalizada e fomentar as estratégias de combate ao vírus”, destaca o CEO da Blanver, Sérgio Frangioni.
A PDP ainda contempla a transferência de tecnologia e produção, em um cronograma que se estenderá por cinco anos. Na primeira etapa, a farmacêutica entregará o medicamento acabado ao Lafepe. Em 2026, o laboratório pernambucano terá o domínio sobre todo o processo produtivo do medicamento.
Do coquetel de 22 remédios usados contra a Aids no Brasil, cinco são adquiridos do Lafepe – responsável, ainda nos anos 1980, pelo acesso dos brasileiros ao primeiro antirretroviral que integrava o coquetel anti-HIV. “E esse medicamento de primeira linha representa um importante avanço na luta contra o vírus, na medida em que agrega tecnologia para o laboratório e nos permite atender com ainda mais eficácia os protocolos do Ministério da Saúde”, comenta o diretor comercial do Lafepe, Djalma Dantas.
No Brasil, 694 mil pacientes estão em tratamento contra o HIV. De acordo com o Ministério da Saúde, esse número corresponde a uma cobertura de 81% das pessoas diagnosticadas com o vírus no país.