A revolução dos dados na gestão hospitalar precisa avançar no Brasil

Por Clayton Montarroyos

Os impactos positivos das estratégias de Business Intelligence (BI ou inteligência de negócios em português) no setor da Saúde podem ser evidenciados por meio de diferentes recortes analíticos, sendo que a gestão hospitalar é uma das áreas que pode se beneficiar significativamente pelo BI, por meio de análises incorporadas aos fluxos dos processos de negócios e de atendimento aos pacientes.

Tendo em vista o desafiador cenário da pandemia, o BI se tornou essencial para que um hospital seja assertivo na gestão da ocupação de leitos, da fila para internação, na identificação de fraudes, no monitoramento dos estoques de medicamentos e de oxigênio, na ocupação das UTIs, na carga horária de trabalho das equipes, só para citar alguns exemplos.

Uma boa estratégia de BI na gestão hospitalar tem a capacidade de fornecer informações de qualidade e preditivas aos administradores e ao corpo clínico, para melhorar o desempenho financeiro e operacional das organizações de saúde e a qualidade do atendimento ao paciente.

Um levantamento realizado pelo Conselho Federal de Medicina, com o apoio da ONG Contas Abertas, aponta que o Brasil gasta 8% do seu Produto Interno Bruto (PIB) em Saúde, dos quais 4,4% vêm de gastos privados e 3,8%, de gastos públicos.

Mesmo com esse percentual, o país gasta R$ 555,00 per capita, um valor insuficiente e baixo quando comparado com outros países, mas que precisa ser maximizado, já que não há perspectivas de aumento dos orçamentos públicos e privados com a Saúde no atual cenário. As organizações de saúde precisam sempre fazer mais com menos. Por isso, o acesso à informação é essencial para a tomada de decisões sólidas baseadas em evidências.

Lidar com os desafios nesta área com o objetivo maior de melhorar significativamente a assistência à saúde oferecida à população requer a existência de conjuntos de dados válidos, que sejam obtidos a partir de metodologias e sistemas que apoiem a capacidade de aplicar o conhecimento derivado desses esforços na tomada de decisões, no atendimento, na gestão, agregando sempre mais transparência na prestação de contas dos gastos.

Estamos, atualmente, no olho do furacão da pandemia com suas urgências. Mas, podemos refletir a respeito de alguns debates que ocorreram nos últimos meses sobre os dados e reforçar um pedido crucial: organizem os dados para que tenhamos informações confiáveis a fim de desenharmos as estratégias locais e nacionais baseadas em análises fornecidas pelas ferramentas de BI.

O debate sobre BI na gestão hospitalar recai sobre uma frase que ouvimos com uma certa frequência: os dados não são confiáveis. Por que não seriam? O que devemos mudar para termos mais confiança nos dados? Uma cultura organizacional em cada hospital orientando a gestão baseada em dados – o que podemos chamar de um hospital data driven – precisa se espalhar rapidamente pelo país, contando com apoios das entidades setoriais e governamentais.

Os sistemas de business intelligence (BI) foram projetados para fornecer informações de suporte à decisão e têm sido repetidamente confirmado que fornecem valor às organizações de todos os portes e setores.

Muitas organizações de saúde ainda não implementaram sistemas de BI. Elas ainda não têm metodologias de padronização de processos, de coleta, dos repositórios para armazenamento dos dados e dos tipos de análises das informações que serão transformadas em relatórios, que podem e devem ser acessados em tempo real.

A Saúde é uma área que requer celeridade e assertividade. Evidentemente que o cenário é complexo, mas esta complexidade deve ser vista como um obstáculo, como um estímulo para que os avanços na gestão hospitalar venham a ocorrer.

Bill Gates tem alertado que não é cedo demais para pensarmos na próxima pandemia. Apesar de ser uma afirmação que nos deixa preocupados, o alerta feito aponta ainda que é possível que os governos, organizações e pessoas não sejam pegas desprevenidas.

O BI está aí para ajudar a reverter os efeitos negativos do chamado “fator surpresa”, pois além de ajudar na gestão diária, fornecem informações qualificadas que permitem prever o futuro. Vamos confiar no BI associado com as demais tecnologias digitais, como a Internet das Coisas e a Inteligência Artificial.


*Clayton Montarroyos é CEO da IN – Inteligência de Negócios.

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