Fila por cirurgias bariátricas em São Paulo é de 5,2 mil pessoas
Cerca de 5,2 mil pessoas aguardam na fila, em São Paulo, para realizar a cirurgia bariátrica pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A informação foi divulgada pelo Secretário de Saúde do Estado, Jean Gorinchteyn, durante a cerimônia de abertura do XXI Congresso Brasileiro de Cirurgia Bariátrica e Metabólica e que reúne até hoje (13) mais de 1.500 especialistas no tratamento da obesidade.
“Temos que implementar medidas para que o atendimento seja realizado e para que essa fila instalada tenha um fluxo mais rápido no sistema público e privado”, declarou o secretário. Ele disse ainda, que convênios poderão ser feitos com hospitais para dar celeridade a fila. “No próximo ano teremos as devidas diretrizes, seja por meio de convênios ou de outras ações”, reforçou.
Segundo Gorinchteyn, a previsão da pasta é acelerar, no primeiro momento, a realização de cirurgias mais simples que estiveram represadas durante a pandemia para então investir em cirurgias que exigem maior necessidade de pré e pós-operatório como é o caso da cirurgia para a obesidade.
“Realizamos desde 2018, cerca de 4.200 cirurgias realizadas em 4 unidades voltadas ao atendimento bariátrica. Isso faz com que tenhamos hoje 5.250 pacientes aguardando a realização de cirurgias bariátricas em São Paulo”, afirma.
Cirurgia bariátrica no Brasil
O número de cirurgias bariátricas realizadas pelo SUS caiu em 69,9% em um ano, saindo de 12.568 em 2019, para 3.772 em 2020. Em 2021, até o mês de julho, foram realizadas 990 cirurgias pelo Sistema Único de Saúde. A realização de cirurgias pelos planos de saúde também caiu 11,9%, saindo de 52.599 procedimentos realizado em 2019, para 46.419 cirurgias em 2020.
Entre os critérios previstos nas portarias 424 e 425 do Ministério da Saúde para realização da cirurgia bariátrica pelo SUS estão o encaminhamento de pacientes com Índice de Massa Corporal (IMC) de 50 Kg/m2 e pacientes com IMC ³40 Kg/m², com ou sem comorbidades, sem sucesso no tratamento clínico por no mínimo dois anos e que tenham seguido protocolos clínicos.
As portarias também permitem a indicação para cirurgia bariátrica de pacientes com IMC 35 kg/m2 e comorbidades com alto risco cardiovascular, diabetes e/ou hipertensão arterial de difícil controle, apneia do sono, doenças articulares degenerativas ou outras que não tenham tido sucesso no tratamento clínico longitudinal realizado por no mínimo dois anos e seguido protocolos clínicos.
Sistema Nacional
Para o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), Fábio Viegas, é fundamental que haja um sistema nacional de regulação e de transparência dos pacientes que aguardam na fila, visto que 52% dos brasileiros declararam ter engordado no último ano.
“A obesidade e doenças associada a ela aumentaram e, aliado a isso, houve uma redução no número de cirurgias bariátricas em 2020. Este cenário ocasionou em um tempo de espera ainda maior para os pacientes que buscam o SUS para o tratamento cirúrgico da obesidade”, diz Viegas.
Viegas reforçou que a fila do SUS para cirurgia bariátrica deveria seguir o mesmo processo da fila de transplantes no Brasil. “Cirurgia bariátrica não é cirurgia estética. Precisamos pensar que os pacientes com obesidade grave reduzem a cada dia suas chances de vida e dar agilidade ao encaminhamento para tratamento”, afirmou o presidente da SBCBM.
Em 2017, uma análise Integrada entre Vigitel 2014, POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares), IBGE e Tabnet da Agência Nacional de Saúde (ANS) – ferramenta que possibilita a tabulação de dados e pesquisas customizadas – apontou uma população elegível à cirurgia bariátrica pelo SUS de 669 mil pessoas no estado de São Paulo e de 3 milhões de pessoas no Brasil.