AVC mata 1 pessoa a cada 6 minutos e gera custo de quase R$ 1 bilhão em seis anos

O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma das principais causas de morte e incapacidade no Brasil e no mundo. Neste ano, até 1º de outubro, o AVC matou 64.471 brasileiros, de acordo com dados do Portal da Transparência dos Cartórios de Registro Civil do Brasil. O cenário equivale a 1 morte a cada 6 minutos. Em todo o ano de 2024, 85.457 pessoas morreram, número superior aos óbitos por infarto: 77.935.

A atenção ao problema será reforçada em 29 de outubro, Dia Mundial do AVC e Dia Nacional de Prevenção ao AVC, que pode acontecer de duas maneiras. Uma delas é o tipo hemorrágico, quando há rompimento de um vaso cerebral, provocando hemorragia, que pode acontecer dentro do tecido cerebral ou na superfície entre o cérebro e a meninge. É responsável por 15% de todos os casos de AVC, mas pode causar a morte com mais frequência do que o outro tipo, o AVC isquêmico. Esse, ocorre quando há obstrução de uma artéria, impedindo a passagem de oxigênio para células cerebrais, que acabam morrendo. Essa obstrução pode acontecer devido a um trombo (trombose) ou a um êmbolo (embolia). O AVC isquêmico é o mais comum e representa 85% de todos os casos.

Em um episódio de AVC, cada segundo conta, por isso, é fundamental saber identificar os sintomas. “A cada minuto em que o AVC isquêmico não é tratado, a pessoa perde 1,9 milhão de neurônios. Sinais como fraqueza ou formigamento na face, no braço ou na perna, especialmente em um lado do corpo; confusão, alteração da fala ou compreensão; alteração na visão (em um ou ambos os olhos); alteração do equilíbrio, coordenação, tontura ou alteração no andar; e dor de cabeça súbita, intensa, sem causa aparente, são alertas e o SAMU (192), deve ser imediatamente acionado”, explica a neurologista Sheila Martins, presidente da Rede Brasil AVC.

A especialista ressalta que quanto mais rápido o atendimento, menores são as sequelas e o tempo de internação, mas alerta para a desigualdade regional no acesso ao tratamento adequado. “O Brasil precisa expandir a rede de hospitais preparados para o atendimento rápido ao AVC, com equipes treinadas e protocolos bem definidos. Quando conseguimos aplicar terapias específicas, como a trombólise ou a trombectomia mecânica, o impacto positivo é enorme: os pacientes se recuperam mais rápido, diminuem as sequelas e os custos hospitalares caem drasticamente.”

A presidente da Rede Brasil AVC lembra, ainda, que até 80% dos casos podem ser evitados. “O controle da hipertensão, do diabetes e do colesterol, somado a hábitos saudáveis como atividade física regular, alimentação equilibrada e abandono do tabagismo, reduz significativamente a incidência do AVC. Prevenir é mais eficaz e muito menos oneroso do que tratar”, salienta.

Impacto econômico

Se o impacto humano já é alarmante, o custo financeiro do AVC também revela a dimensão do problema. De acordo com levantamento realizado pela Planisa – consultoria especializada em gestão de saúde e custos hospitalares, entre 2019 e setembro de 2024, as internações por AVC custaram R$ 910,3 milhões, sendo R$ 417,9 milhões em diárias críticas e R$ 492,4 milhões em diárias não críticas. Em 2024, até setembro, o montante já ultrapassava R$ 197 milhões.

O levantamento analisou 85.839 internações em hospitais, com permanência média de 7,9 dias por paciente, o que resultou em mais de 680 mil diárias hospitalares. Desse total, 25% ocorreram em Unidades de Terapia Intensiva, que possuem custos mais elevados, e 75% em enfermarias não críticas.

“Esses números mostram que o AVC não é apenas um problema de saúde individual, mas um enorme desafio coletivo. Cada morte representa uma vida interrompida, mas também há milhares de pessoas que sobrevivem com sequelas e demandam cuidado contínuo”, diz Sheila. “O impacto reforça a urgência de investir em prevenção, diagnóstico rápido e reabilitação. Se quisermos mudar essa realidade, precisamos olhar para o AVC como uma prioridade nacional em saúde pública”, conclui.

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