Atividades de atenção à saúde crescem 10,8% em faturamento
Atividades de atenção à saúde apresentaram crescimento no primeiro semestre deste ano: um aumento de 10,8% no faturamento em relação ao mesmo período do ano anterior. Responsável pelo levantamento, a Contabilizei, escritório de contabilidade do Brasil, identificou que quatro áreas apresentaram avanço. Pessoas que atuam com serviços de arquitetura, atividades dos serviços de tecnologia da informação e atividades de prestação de serviços de informação, atividades de atenção à saúde e serviços de engenharia foram os profissionais que mais obtiveram ganhos financeiros em comparação a 2022.
Para este levantamento foram analisadas as profissões que prestam serviços e possuem CNPJ ativo dentro das 50 cidades de atendimento da Contabilizei. Além disso, foi verificado o perfil de emissão de notas fiscais de mais de 50 mil profissionais. A margem de erro leva em consideração o tamanho da população que abre empresas no Brasil segundo os números públicos da Receita Federal em comparação à base ativa de clientes da empresa.
Abaixo segue o ranking com a média de faturamento e o aumento correspondente.
Ranking de profissões que mais aumentaram o faturamento no 1º semestre de 2023
- Serviços de Arquitetura – aumento de 12,7% , de R$ 8.020 para R$ 9.038
(margem de erro de 3% – comparação 1S22 x 1S23) - Atividades dos Serviços de Tecnologia da Informação e Atividades de Prestação de Serviços de Informação – aumento de 11,3%, de R$ 15.737 para R$ 17.514
(margem de erro < que 1% – comparação 1S22 x 1S23) - Atividades de Atenção à Saúde – aumento de 10,8%, de R$ 12.658 para R$ 14.023
(margem de erro de 2% – comparação 1S22 x 1S23) - Serviços de Engenharia – aumento de 10,1% , de R$ 11.513 para R$ 12.675
(margem de erro de 2% – comparação 1S22 x 1S23)
De acordo com o membro do Comitê de Defesa Profissional da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF), Bruno Rossini, o crescimento apontado pela pesquisa pode ter relação com diversos fatores, como “reflexo do pós-pandemia, em que mais pessoas estão cuidando da saúde individual de forma preventiva, maior democratização e acessibilidade de procedimentos médicos e crescimento do número de beneficiários em planos de saúde” declara o médico.
A afirmação do especialista confirma dados da Associação Brasileira de Empresa de Telemedicina e Saúde Digital (Saúde Digital Brasil), os quais revelam que mais de 7,5 milhões de consultas foram realizadas por telemedicina entre 2020 e 2021, período de pandemia em que a modalidade se popularizou, reflexo da democratização e acessibilidade trazidas pelo profissional. A pandemia destacou ainda mais a importância da área da saúde e aumentou a demanda por profissionais em várias especialidades. Esse cenário, aliado aos avanços tecnológicos na área da saúde, cria novas oportunidades.
“Existe uma tendência positiva para o fechamento deste ano nestas respectivas quatro áreas analisadas no estudo, principalmente Medicina”, afirma o vice-presidente de Aquisição e Receita da Contabilizei, Guilherme Soares. “Em virtude desta radiografia de faturamento, comparando o 1º semestre de 2022 com o 1º semestre de 2023, vale ficar de olho nessas profissões porque é possível notar espaço para desenvolvimento, tanto para quem já está no mercado quanto para os que estão iniciando a sua jornada profissional ou pensando em uma transição de carreira”, pondera o executivo.
Medicina e empreendedorismo
Segundo dados da Associação Médica Brasileira (AMB), por meio da Demografia Médica no Brasil 2023, a maioria dos médicos residentes (55,7%) pretende, um ano após a formação, manter exercício profissional de dupla prática, dividindo a atuação profissional entre os serviços público e privado. Porcentagem semelhante (49%) quer manter essa inserção público-privada após cinco anos de formado. Apenas 24,6% dos médicos residentes entrevistados têm intenção de trabalhar majoritariamente ou exclusivamente no SUS (Sistema Único de Saúde), no prazo de um ano após a conclusão da residência.
Para o médico Bruno Rossini, membro do Comitê de Defesa Profissional da ABORL-CCF, instituição que defende a especialidade e luta por melhores formas para uma remuneração justa em prol dos mais de 8.600 otorrinolaringologistas do Brasil, além de uma formação técnica sólida, características relacionadas ao empreendedorismo, habilidade de gestão de finanças, gestão de pessoas, de tempo, marketing e conhecimento são fundamentais para atingir a plenitude da carreira.
“Não existe um único caminho correto, porém a demanda por serviços de saúde é contínua e não está sujeita a flutuações econômicas significativas. As pessoas precisam sempre de atendimento médico, independentemente das condições econômicas do país, portanto recomendo desenvolver características empreendedoras o mais cedo possível. Acredito que isso pode diferenciar um bom médico atualmente”, conclui o especialista.