Assinatura digital remota: por que a tecnologia está mudando a saúde
Por Fabio Arruda
A digitalização deixou de ser apenas um avanço tecnológico e passou a ser um requisito estratégico para hospitais que buscam eficiência, sustentabilidade e melhor experiência ao paciente. Entre as inovações que simbolizam essa transformação, a assinatura digital remota se destaca por unir agilidade no atendimento, redução de custos e contribuição direta para práticas ESG, mudando a forma como instituições de saúde lidam com documentos e processos.
No modelo tradicional, a admissão médica envolve uma série de documentos físicos como termos de consentimento, formulários de cadastro, autorizações, entre outros. Esse processo consome papel, tempo e recursos humanos, além de ocasionalmente gerar filas na geração dos documentos, que geralmente é compartilhada entre várias posições de atendimento e um único equipamento de impressão.
A assinatura digital remota propõe uma abordagem inovadora: permitir que esses mesmos documentos sejam enviados previamente ao paciente (via e-mail, WhatsApp ou SMS) para que sejam preenchidos e assinados remotamente, antes mesmo da chegada do usuário ao hospital.
Do ponto de vista ambiental, os benefícios são evidentes. Afinal, a eliminação de papel e insumos de impressão reduzem, diretamente, o impacto no ambiente no qual a instituição está localizada.
Citando como exemplo um hospital de médio porte, responsável por gerar milhares de impressões mensais, ao optar pela digitalização de documentos, a mudança contribuirá para metas de sustentabilidade, redução de resíduos, diminuição do consumo de energia, além de eliminar a necessidade de transporte físico de documentos.
No eixo social, a digitalização promove acessibilidade e agilidade. Pacientes podem assinar documentos de qualquer lugar, usando celular ou computador, o que reduz o tempo de espera na recepção e melhora a experiência de atendimento. Em casos de integração com o sistema HIS (Hospital Information System), o paciente chega ao hospital com tudo pronto, precisando apenas se identificar e seguir para o atendimento. Isso é especialmente relevante em emergências, para casos de mobilidade reduzida ou em unidades com grande fluxo de pacientes.
A governança também é fortalecida. A assinatura remota digital pode oferecer rastreabilidade consistente: status de assinatura, trilha de auditoria, armazenamento seguro e conformidade com a LGPD. Esse processo também garante que os documentos sejam assinados com integridade e evidências digitais de cada etapa, reduzindo falhas operacionais, facilitando auditorias e reforçando a transparência institucional.
Para implementar essa tecnologia em instituições de saúde é essencial mapear os documentos que podem ser enviados remotamente, configurar os campos que o paciente pode preencher, garantir que os dados de contato estejam atualizados e integrar o sistema ao HIS. Com isso, é possível acompanhar indicadores como tempo médio de recepção, percentual de atendimentos com assinatura antecipada, economia de insumos e NPS do paciente.
Em resumo, a assinatura digital remota não é apenas uma inovação tecnológica — é uma ferramenta estratégica que conecta eficiência operacional à responsabilidade socioambiental. Com essa solução, os hospitais podem transformar a recepção em um ponto de acolhimento do paciente e diminuir o viés de tratativa de burocracias que o local sempre teve inerente a sua função, eliminar desperdícios e institucionalizar práticas ESG como parte do cuidado. É a evolução dos processos hospitalares que começa antes mesmo do paciente cruzar a porta da instituição.
*Fabio Arruda é Coordenador de Projetos e Líder do Comitê de Sustentabilidade na Green Paperless.