É hora de modernizar o tratamento do diabetes no SUS
Por Fadlo Fraige
O diabetes é uma doença crônica que ocorre quando o pâncreas não é mais capaz de produzir insulina ou quando o corpo não consegue fazer bom uso da insulina que produz. Sem o correto acompanhamento, as altas taxas de glicose no sangue podem favorecer complicações como problemas renais, perda de visão e amputação de membros.
Além disso, o cuidado com a saúde do coração é vital para os diabéticos, uma vez que o diabetes tipo 2 – o mais comum – aumenta de duas a quatro vezes a incidência das doenças cardiovasculares, como o infarto e o AVC (Acidente Vascular Cerebral), matando mais do que o vírus HIV, a tuberculose e o câncer de mama.
A última edição do Atlas de Diabetes da Federação Internacional de Diabetes (IDF) calcula que 9,3% dos adultos entre 20 e 79 anos – ou 463 milhões de adultos no mundo – estão atualmente vivendo com diabetes. Os números colocam a doença como um dos grandes desafios de saúde no mundo.
Trazendo o olhar para o Brasil, há mais de 12 milhões de pessoas convivendo com o diabetes, número que coloca a doença em sétimo lugar entre as principais causas de morte dos brasileiros, com uma taxa de 25,8 casos a cada 100 mil habitantes. O Sistema Único de Saúde (SUS) responde por boa parte dos tratamentos da doença e internações. Em 2018, o SUS registrou 86,5 mil internações por diabetes, com custo médio de R$ 636 por internação.
Nesse contexto, é cada vez mais importante reforçar que o tratamento do diabetes vai além da insulina e que os medicamentos para controle do diabetes estão em constante evolução. As gliflozinas (inibidores de SGLT2), por exemplo, são uma nova classe terapêutica recomendada, que ajudam a controlar o açúcar no sangue e reduzir o risco cardiovascular.
Porém, a lista dos medicamentos para o tratamento de diabetes disponível no SUS não é atualizada desde a década de setenta. Portanto, os novos tratamentos não foram incorporados pelo Sistema.
Ciente da necessidade de oferecer tratamentos mais modernos para os pacientes com diabetes no sistema público de saúde, a CONITEC (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS) abriu uma consulta pública para permitir a incorporação de mais tratamentos para a doença, incluindo novas classes terapêuticas e medicamentos modernos, como as gliflozinas ” (inibidores de SGLT2), uma nova classe terapêutica que ajuda a controlar o açúcar no sangue, reduzindo o risco de complicações cardiovasculares e a mortalidade quando comparadas aos tratamentos tradicionais. Estes medicamentos são recomendados pelas principais entidades médicas nacionais e internacionais.