Médicos de família: são especialistas ou não?
Quem tem o direito de desmerecer profissionais médicos e seus pareceres cuja relevância é tão grande quanto a de qualquer outro especialista da medicina? Só podemos atribuir isso à miopia de certas gestões e à falta de visão estratégica e inteligência operacional. Os médicos de família ainda não são valorizados tanto quanto os outros especialistas da área de saúde.
Para se tornar um médico de família, esses profissionais passam pela mesma faculdade de medicina e, depois, precisam fazer uma residência médica ou pós-graduação e prestar uma prova de titulação na especialidade, o que comprova total capacidade técnica para que eles exerçam a profissão e resolvam grande parte dos problemas de saúde. Sendo assim, as operadoras deveriam oferecer, em seu rol de especialidades, o médico de família, o que não acontece atualmente.
O sistema suplementar só perde ao não valorizar corretamente esses profissionais e o Brasil se mantém atrasado ante as tendências mundiais ao não incorporar plenamente um modelo de gestão de saúde que traz tantos benefícios para toda a cadeia do cuidado.
Ao priorizar o ser humano, o cuidado integral, a prevenção e o estímulo ao autocuidado para que, no futuro, haja menos doentes, menos internações e exames, estaremos minimizando o custo dos serviços de saúde e maximizando sua gestão.
A sustentabilidade do sistema a longo prazo depende da aceitação e da incorporação dos médicos de família, e as operadoras que estão adotando esse modelo já estão vendo resultado em seus balanços.