Apenas 20% das mulheres recebem apoio no diagnóstico de câncer
A Merck, empresa em ciência e tecnologia, divulgou a pesquisa Apoio às Mulheres com Câncer (Supporting Women With Cancer), apresentando as conclusões de um estudo global com 4.585 mulheres em 23 países, incluindo o Brasil. O estudo revelou que apenas uma em cada cinco (20%) mulheres diagnosticadas com câncer acredita que recebe apoio suficiente para gerenciar suas responsabilidades familiares ou adequar o trabalho à nova condição, um recorte no Brasil mostra que apenas 13% acredita receber o apoio suficiente.
Os resultados indicaram que há espaço para melhorias no que diz respeito a promover a conscientização sobre os cânceres, seus fatores de risco e a importância do acesso a programas de rastreamento da doença e serviços de apoio às mulheres. Além disso, 45% estavam cientes dos sinais e sintomas do câncer antes do diagnóstico, e quase metade (47%) nunca havia participado de um programa de rastreamento de câncer.
O recorte do estudo destacou que no Brasil, 20% das mulheres se sentem mais estigmatizadas do que os homens por conta da doença, contra 25% a nível mundial. Além disso, 27% das brasileiras dizem não receber apoio suficiente para se adequarem ao trabalho ou a outros compromissos importantes em relação ao tratamento do câncer.
“Além de tornar acessíveis os medicamentos mais eficazes, mantemos nosso objetivo de acompanhar e apoiar as mulheres com câncer ao longo de sua difícil jornada. Só no Brasil 55% não sabia sobre quaisquer sinais ou sintomas de câncer antes de receber um diagnóstico de um profissional de saúde. Este estudo nos fornece informações em primeira mão sobre os inúmeros aspectos na vida de uma mulher que recebe esse diagnóstico e que precisam ser levados em consideração para melhorar sua saúde e qualidade de vida” disse Luiz André Magno, Diretor Médico da Merck Brasil.
Com contribuições do UICC (União para o Controle Internacional do Câncer), a pesquisa revelou que um terço (34%) das mulheres relatou não ter recebido nenhum apoio do empregador após o diagnóstico da doença. Além disso, menos da metade (45%) das mulheres em idade fértil disseram ter recebido indicações para planejamento familiar dos profissionais de saúde antes de realizar tratamentos que podem impactar a fertilidade, como a quimioterapia.
A pesquisa mostrou ainda a necessidade de maior educação sobre o câncer entre as mulheres, pois muitas subestimaram os fatores de risco associados aos cânceres que não são amplamente considerados ‘câncer de mulher’, como os de pulmão e colorretal. No Brasil, por exemplo, o câncer colorretal é o segundo mais incidente entre mulheres, ficando atrás apenas do câncer de mama.
Também foi constatado na pesquisa que as mulheres mais velhas e as dos países menos desenvolvidos conheciam menos os sinais e sintomas do câncer antes do diagnóstico, em comparação com as dos países desenvolvidos.
“Precisamos implantar todas as ferramentas que temos em mãos para aumentar a conscientização das mulheres sobre os sintomas do câncer. Não apenas os tipos que são exclusivos para as mulheres, mas também de outros, como câncer de pulmão, colorretal e gástrico. A UICC pede à comunidade mundial para ajudar as mulheres a entender melhor os sinais e sintomas e garantir que elas busquem auxílio médico ao apresentarem os sintomas iniciais, o que pode aumentar suas chances de sobrevivência” explica Cary Adams, CEO da UICC.
O diagnóstico precoce do câncer pode aumentar as chances de sucesso do tratamento e a pesquisa destacou a necessidade de maior conscientização e entendimento dos programas de rastreamento e o papel que eles desempenham. Para as mulheres que não compareceram aos programas de rastreamento do câncer, os três motivos mais significativos são: não levar a sério os sintomas (52%), temer um diagnóstico (38%) e adiar a visita ao profissional de saúde devido ao custo (29%). Mulheres de 18 a 40 anos apresentaram maior probabilidade de sofrer atrasos no diagnóstico (49%) em comparação com outras faixas etárias, principalmente, por não levarem a sério seus sintomas (43%).
A pesquisa Apoio às Mulheres com Câncer foi conduzida em apoio à iniciativa “Mulheres Saudáveis, Economias Saudáveis” (Healthy Women, Healthy Economies), que reúne pacientes, governos, profissionais de saúde, empregadores e outras partes interessadas para ajudar a melhorar a saúde das mulheres.
Sobre a pesquisa
A pesquisa Apoio às Mulheres com Câncer foi conduzida em 2018 pela Cello Health, uma empresa líder em consultoria de saúde. Foram pesquisadas mulheres em 23 países: Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Colômbia, França, Alemanha, Gana, Índia, Indonésia, Itália, Japão, Jordânia, Cazaquistão, Quênia, México, Polônia, Espanha, África do Sul, Coréia do Sul, Reino Unido e Estados Unidos. Em toda a pesquisa globalmente, a amostra foi de 4.585 mulheres, com 200 participantes por país, exceto no Cazaquistão (nº de participantes = 201), Jordânia (nº de participantes = 204) e Coréia do Sul (nº de participantes = 180).
As amostras foram selecionadas para se ter dados representativos em cada país e permitir análise e comparação robustas entre os países. Os tamanhos das amostras também foram selecionados para permitir a realização de sub análises, como nível de renda do país, região, idade, nível de educação status dependente e status de atraso no diagnóstico. Todos os participantes da pesquisa eram do sexo feminino e receberam diagnóstico e tratamento para câncer; tinham entre 18 e 80 anos e com uma cota mínima para mulheres que vivem com câncer entre 18 e 40 anos.