Anadem quer antecipar formaturas de medicina
A Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética (Anadem) acionou o Ministério da Saúde para que tome medidas legais junto ao Governo Federal com o objetivo de autorizar a antecipação da formatura de Medicina de mais de 5,6 mil alunos, do 12º semestre, de 123 faculdades no País. A solicitação foi feita via ofício, protocolado na última quarta-feira (25), e destinada ao ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.
Quem assina o documento é o presidente da Anadem, Raul Canal, que destaca que a medida visa possibilitar que os alunos, uma vez formados, possam trabalhar nas frentes de combate ao novo coronavírus (Covid-19). A ideia foi acordada entre a Sociedade e a International Federation of Medical Studant Associations, a IFMSA Brazil (Federação Internacional de Associações de Estudantes de Medicina).
“Nossa solicitação ao Ministério é para que os alunos tenham as respectivas colações de grau antecipadas, em caráter excepcional, até o final de março, ou seja, até meados da próxima semana. Lembrando que a formatura tradicional está prevista para o final do semestre em curso”.
A presidente da IFMSA Brazil e aluna do 12º semestre de Medicina da Universidade Federal do Pará, Maitê Gadelha, disse que a entidade procurou as 123 universidades e todas aderiram ao projeto. “A ideia foi muito bem recebida. Os alunos se voluntariaram para trabalhar nas frentes de combate ao novo coronavírus”, garantiu.
Canal reforça que alguns dos motivos que levaram ao acionamento do Ministério da Saúde têm relação com pronunciamentos recente das autoridades. “Com a pandemia do Covid-19 e a alta velocidade de propagação do vírus, são necessárias respostas institucionais céleres, adequadas e eficazes, principalmente medidas relacionadas aos cuidados médicos, já́ que provavelmente o sistema de saúde ficará sobrecarregado”.
O presidente da associação ainda destaca que a sugestão da formatura antecipada vai ao encontro das medidas de segurança também para profissionais da Saúde que estão dentro do intervalo de idades que apresenta maiores complicações. “A formação de médicos jovens, aptos a trabalhar frente a esta crise de saúde global, é de extrema importância, vez que o Covid-19 representa um risco maior para pessoas acima de 60 anos, sendo naturalmente necessário preservar os médicos dessa faixa etária, substituindo-os por médicos jovens nas linhas de frente de maior exposição e vulnerabilidade”.
Questionado, Canal enfatiza que os alunos de Medicina, passíveis da colação de grau antecipada, estão capacitados para atender ao púbico. “A maioria dos alunos já́ cumpriu a carga horária mínima de 7.200 (sete mil e duzentas) horas, instituída pelo Ministério da Educação para o curso de Medicina e, por isso, estaria apta para exercer a profissão”. Contudo, ele observa que, caso o Ministério da Saúde acate a sugestão e adote as medidas solicitadas, é dever de cada faculdade instruir todos os alunos e profissionais de saúde. “Cursos preparatórios, principalmente na modalidade EaD, sobre o manejo de pacientes com a Covid-19 são essenciais”.