Alta nos casos de HIV acende debate sobre proteção ao diagnóstico

O Dezembro Vermelho é uma campanha nacional dedicada à luta contra o vírus da imunodeficiência humana (HIV) e a Aids, que chama a atenção para a importância da prevenção, assistência e proteção dos direitos das pessoas infectadas. Desde a década de 1980, quando os primeiros casos foram notificados, o Brasil já registrou 1.679.622 pessoas vivendo com HIV ou Aids, segundo o Ministério da Saúde.

Somente no último ano, a pasta contabilizou mais de 39 mil novos casos de infecção pelo HIV no país. Desses, a maioria ocorreu no Sudeste (38%), seguido das regiões Nordeste (25%), Sul (15%), Norte (12%) e Centro-Oeste (8%).

O Boletim Epidemiológico de HIV e Aids ainda aponta que houve um aumento de 19% no número de infecções entre 2020 e 2024, índice que, de acordo com o Ministério, reflete a retomada das detecções após o período de restrição dos serviços de saúde devido à covid-19.

Diante desse cenário, especialistas alertam para a necessidade de reforçar a proteção ao sigilo do diagnóstico e a atenção às consequências jurídicas de sua violação. Um caso recente ocorreu em setembro deste ano, quando a prefeitura de Feira de Santana (BA) divulgou, no Diário Oficial do município, nomes e dados de mais de 600 pessoas que vivem com HIV, em clara violação a direitos fundamentais previstos na Constituição Federal.

Após o vazamento, a gestão municipal abriu uma sindicância para identificar as causas do ocorrido e afirmou que buscava reparar o erro. Entretanto, o presidente da Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética (Anadem), Raul Canal, alerta que exposições como essa não são apenas um erro administrativo, mas uma afronta aos princípios expressos na Carta Magna de dignidade da pessoa humana, da privacidade e do sigilo. A Lei n.º 14.289/22 dispõe sobre a obrigatoriedade de preservação do sigilo sobre a condição da pessoa que vive com infecção pelo HIV.

“Uma pessoa que vive com HIV tem o direito absoluto de controlar quem sabe ou não do seu diagnóstico. Qualquer violação desse sigilo produz danos emocionais e sociais incalculáveis, além do desgaste com uma ação jurídica. Garantir a proteção desses dados é tão importante quanto garantir o acesso ao tratamento”, reforça Canal.

Especialista em direito médico, o presidente da Anadem ressalta ainda que é urgente fortalecer treinamentos no âmbito das administrações públicas para garantir o cumprimento da lei que preserva o sigilo. “Quando dados sensíveis sobre HIV são expostos, rompe-se também a confiança do paciente no próprio sistema de saúde. Assegurar a aplicação da Lei 14.289/22 é essencial para a proteção da vida”, diz.

Damos valor à sua privacidade

Nós e os nossos parceiros armazenamos ou acedemos a informações dos dispositivos, tais como cookies, e processamos dados pessoais, tais como identificadores exclusivos e informações padrão enviadas pelos dispositivos, para as finalidades descritas abaixo. Poderá clicar para consentir o processamento por nossa parte e pela parte dos nossos parceiros para tais finalidades. Em alternativa, poderá clicar para recusar o consentimento, ou aceder a informações mais pormenorizadas e alterar as suas preferências antes de dar consentimento. As suas preferências serão aplicadas apenas a este website.

Cookies estritamente necessários

Estes cookies são necessários para que o website funcione e não podem ser desligados nos nossos sistemas. Normalmente, eles só são configurados em resposta a ações levadas a cabo por si e que correspondem a uma solicitação de serviços, tais como definir as suas preferências de privacidade, iniciar sessão ou preencher formulários. Pode configurar o seu navegador para bloquear ou alertá-lo(a) sobre esses cookies, mas algumas partes do website não funcionarão. Estes cookies não armazenam qualquer informação pessoal identificável.

Cookies de desempenho

Estes cookies permitem-nos contar visitas e fontes de tráfego, para que possamos medir e melhorar o desempenho do nosso website. Eles ajudam-nos a saber quais são as páginas mais e menos populares e a ver como os visitantes se movimentam pelo website. Todas as informações recolhidas por estes cookies são agregadas e, por conseguinte, anónimas. Se não permitir estes cookies, não saberemos quando visitou o nosso site.

Cookies de funcionalidade

Estes cookies permitem que o site forneça uma funcionalidade e personalização melhoradas. Podem ser estabelecidos por nós ou por fornecedores externos cujos serviços adicionámos às nossas páginas. Se não permitir estes cookies algumas destas funcionalidades, ou mesmo todas, podem não atuar corretamente.

Cookies de publicidade

Estes cookies podem ser estabelecidos através do nosso site pelos nossos parceiros de publicidade. Podem ser usados por essas empresas para construir um perfil sobre os seus interesses e mostrar-lhe anúncios relevantes em outros websites. Eles não armazenam diretamente informações pessoais, mas são baseados na identificação exclusiva do seu navegador e dispositivo de internet. Se não permitir estes cookies, terá menos publicidade direcionada.

Visite as nossas páginas de Políticas de privacidade e Termos e condições.

Importante: A Medicina S/A usa cookies para personalizar conteúdo e anúncios, para melhorar sua experiência em nosso site. Ao continuar, você aceitará o uso. Veja nossa Política de Privacidade.