Comsentimento lança programa de bolsas de estudos com foco em IA

Com o objetivo de desenvolver a capacidade de pesquisa e inovação em Inteligência Artificial na área da saúde do Brasil, a startup Comsentimento, eanuncia o lançamento do AI Saves Lives, seu próprio programa de bolsas de estudos para mestrandos, doutorandos e pessoas que queiram ingressar em uma pós-graduação voltada ao setor de saúde e tecnologia. A empresa, que atua com o recrutamento de voluntários para pesquisas clínicas, é a primeira do Brasil a oferecer um programa de incentivo à pesquisa científica. Para acessar os editais e se candidatar, basta clicar neste link.

Os critérios e exigências para os bolsistas do programa irão variar conforme os editais, contudo, sempre com foco nas áreas de IA, processamento de linguagem natural (NLP) e análise de dados que visam o desenvolvimento de soluções para problemas concretos existentes no setor da saúde. Habilidade de comunicação, proatividade e capacidade de trabalho em equipe serão levados em consideração, somados ao mérito acadêmico e volume de publicações.

“A ciência precisa ser valorizada e respeitada como uma fonte confiável de conhecimento, o AI Saves Lives irá desempenhar um papel importante neste cenário ao fornecer recursos e apoio financeiro para geração de pesquisadores. Promover compreensão e valorização da ciência como um meio de solucionar problemas e melhorar a vida das pessoas é o que buscamos com o programa, que vai permitir aos pesquisadores continuar a desenvolver seus estudos com qualidade e trazer retorno para sociedade. Iniciativas educacionais, divulgação científica e de engajamento com a comunidade são os caminhos para a pesquisa e avanço da ciência no Brasil”, pontua Lucas Oliveira, co-fundador e Head de IA da Comsentimento.

Lucas Oliveira e Guilherme Sakajiri, fundadores da Comsentimento

O executivo e pesquisador reforça ainda que, na AI Saves Lives, o foco não é a quantidade, e sim a qualidade. “Para que possamos ser competitivos diante de players internacionais, precisamos de profissionais altamente qualificados e que estejam buscando conhecimento de fronteira, pois a saúde é uma área muito complexa e cheia de particularidades, como o extenso uso de abreviações. Sendo que nosso foco inicial está no apoio ao recrutamento de voluntários para pesquisas clínicas oncológicas por meio de parcerias com hospitais, clínicas e indústria farmacêutica”, complementa.

No programa, em caso de projetos já em andamento, haverá uma avaliação sobre a relevância e originalidade dos trabalhos em desenvolvimento dentro do cenário especificado. Já nos casos de pesquisadores que ainda não tenham tese determinada, a escolha do tema será feita em conjunto com a equipe da Comsentimento responsável pelo programa.

Além de manter proximidade com uma equipe capacitada e com disponibilidade de recursos, os profissionais que tiverem um bom desempenho terão a oportunidade de dar continuidade ao trabalho com a equipe da startup.

O setor de saúde e a necessidade de incentivo a pesquisa no país

Embora o Governo Federal tenha anunciado, em fevereiro, o plano de reajustes das bolsas de estudo, pesquisa e formação de professores com percentuais de correção que variam de 25% a 200%, e recomposição no número de bolsas oferecidas, passando de 48,7 mil, em 2022, para 53,6 mil neste ano, as perdas com cortes orçamentários em fomento à pesquisa científica e tecnológica de 2015 a 2021 chegam a R$ 83 bilhões, segundo o Observatório do Conhecimento, rede formada por associações e sindicatos de professores de universidades que se mobiliza para enfrentar os cortes de investimentos no ensino superior.

Segundo o levantamento, em 2014, o investimento em pesquisa foi de R$ 27,8 bilhões, já em 2021, era de R$ 10,5 bilhões, ou seja, 38% do total previsto para 2014. O Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico (CNPq), ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, também registrou perdas de 49,7% no valor orçamentário. Já a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), ligada ao Ministério da Educação, acumulou um corte de 42,6% entre 2014 e 2021.

“O setor de pesquisa clínica sempre foi muito conservador em relação ao uso de tecnologia, entretanto, devido à pandemia, a indústria teve que se transformar, acelerando a adoção de ferramentas e quebrando barreiras tradicionais na realização dos estudos. Contudo, essas mudanças são muito recentes. Por isso, nosso programa vai contribuir para a formação de profissionais capacitados e especializados em uma área de crescente importância para a saúde e para a sociedade como um todo.” finaliza Oliveira, que também é um dos maiores especialistas em processamento de linguagem natural na área da saúde do Brasil e professor da PUC-PR.


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