Paciente, médico, farmacêutico, lojista: IA atravessa área da saúde
Por Márcio Bernardes
O mundo todo está redescobrindo funções e mudando a forma de agir a partir da inteligência artificial. Segundo a CEO Survey deste ano da PwC, 64% dos empresários brasileiros acreditam que a IA generativa vai melhorar a qualidade de seus produtos ou serviços dentro dos próximos 12 meses. Essa visão passa por todas as áreas do mercado, e na saúde não seria diferente.
Mas a inteligência artificial vai muito além de suas versões generativas. Há uma série de estudos, testes e aplicações acontecendo ao redor do mundo e fazendo com que essa seja a tecnologia que vai mudar o jogo em inúmeros segmentos.
Em outras palavras: em breve a IA impactará pacientes, médicos, enfermeiros, farmacêuticos, empreendedores e consumidores em todo o mercado de saúde. E é preciso que mais pessoas percebam esse potencial em crescimento.
Por exemplo, já podemos ver o uso da IA na educação, um apoio nos estudos já no início do ciclo de carreira do profissional de saúde. Com mais estrutura, podem funcionar como guias para os alunos. Não deve demorar tanto para que algumas instituições implementem esse tipo de novidade em suas grades curriculares.
Outra possibilidade é o auxílio durante a triagem. A inteligência artificial pode agilizar as filas de atendimento, tornar a experiência mais simples para o usuário e até mesmo oferecer pré-diagnósticos que ajudem a visão do médico. Pense que, ao invés de questionários básicos, a IA pode guiar novas perguntas para pacientes com base em suas respostas e, assim, identificar alternativas que uma triagem simplificada não conseguiria.
Na outra ponta, a inteligência artificial pode ser utilizada para aprimorar a operação de farmácias e lojas de materiais médicos. Ou, ainda, pode se basear nos dados dos clientes para traçar um histórico de saúde e oferecer novas opções. Por exemplo, se uma pessoa compra determinado produto e, meses depois, compra outro relacionado à mesma condição, a IA pode sugerir orientações específicas a partir dessa identificação de padrão.
É claro que, sendo a área da saúde, tudo deve passar por regulamentação antes de se tornar de uso comum. É absolutamente necessário ter cuidado com as aplicações de tecnologia, como sempre tivemos, e também levar as sugestões da inteligência artificial com cautela, especialmente neste momento de tantos testes e descobertas.
Contudo, também não dá para ficar parado. Algumas utilizações de IA já estão ocorrendo e tornando diversas operações mais eficientes. Na Saúde Now, por exemplo, estamos estruturando dois projetos: um para servir como um copiloto para lojistas de materiais médico-hospitalares e ortopédicos, e outro para realizar pré-atendimentos em várias instâncias dentro da área da saúde.
A mudança começou e o futuro será cada vez mais tecnológico. E é importante entendermos que isso significa o futuro como um todo — não apenas robôs durante cirurgias ou outras imagens que costumam vir à cabeça quando falamos deste assunto. A IA vai englobar muitas atividades e precisamos nos preparar para as adaptações que ela vai trazer, seja no hospital, seja no balcão.
*Márcio Bernardes é CEO e fundador da associação Saúde Now.