Estudo aponta estratégias para aumentar adesão ao tratamento de infectados pela bactéria responsável pela tuberculose

A tuberculose voltou a ocupar um lugar preocupante no cenário da saúde global. Em 2023, mais de 10,6 milhões de pessoas foram diagnosticadas com a doença, que hoje é novamente a principal causa de morte por um único agente infeccioso, superando inclusive outras infecções respiratórias. O Brasil está entre os 30 países considerados prioritários pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no combate à enfermidade.

Com o objetivo de entender como aumentar a adesão ao tratamento, o Hospital Moinhos de Vento, por meio do Projeto TBPed – integrante do PROADI-SUS em parceria com o Ministério da Saúde –, junto com pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), do Canadá e da África, desenvolveu o estudo GXT (Genexpert, Raio-X e Teste Tuberculínico). Os resultados da pesquisa, voltada a contatos de pessoas com tuberculose entre 5 e 50 anos de idade, foram publicados em julho de 2025 na revista científica PLOS Medicine.

O Hospital Moinhos de Vento colaborou no recrutamento dos participantes brasileiros e hoje coordena a extensão do estudo para a população pediátrica. O trabalho comparou diferentes estratégias de investigação para identificar pessoas infectadas pelo Mycobacterium tuberculosis, bactéria causadora da doença, mas que ainda não apresentam sintomas.

Foram analisados três grupos de participantes: o grupo 1, através de consulta médica, teste tuberculínico e raio-X; o grupo 2, por meio de consulta médica, teste tuberculínico e, em caso positivo, teste molecular rápido; e o grupo 3, avaliado por consulta médica e raio-X, com indicação de tratamento para todos.

O resultado que apresentou a maior adesão ao tratamento ocorreu entre aqueles que passaram por mais etapas de investigação, com a realização de diferentes testes antes de iniciar a medicação. Segundo os pesquisadores, quanto mais evidências o paciente e a equipe de saúde têm sobre a presença da infecção, maior é a motivação para iniciar e concluir o tratamento.

Diante da relevância do tema, a pesquisa ganhou uma extensão no Brasil, por meio do Projeto TBPed, coordenado em sete centros de pesquisa nacionais. A fase brasileira investiga contatos de pessoas com tuberculose entre 3 meses e 10 anos incompletos. Esse recorte etário é estratégico, pois crianças e adolescentes têm maior risco de desenvolver a forma ativa da doença a partir da infecção latente e o tratamento precoce pode reduzir esse risco em mais de 90%, representando um impacto significativo no controle da tuberculose.

Para a pesquisadora do Hospital Moinhos de Vento, Márcia Polese, os resultados do estudo têm potencial para apoiar gestores públicos na formulação de estratégias mais eficazes de prevenção e tratamento da tuberculose, especialmente na infância e adolescência. “Ao entender quais estratégias realmente aumentam a adesão, conseguimos direcionar esforços para salvar vidas e conter a transmissão da doença. Esse conhecimento é essencial para o fortalecimento das políticas de saúde no Brasil e no mundo”, destaca.

O superintendente de Responsabilidade e Gestão de Riscos do Hospital Moinhos de Vento, Admilson Reis, destaca que, em um cenário de saúde global em que a tuberculose ressurge como uma grande preocupação, a cooperação científica e a inovação se tornam ferramentas essenciais. “No Hospital Moinhos de Vento, temos diversos exemplos de como parcerias estratégicas podem gerar resultados significativos. Por isso, acreditamos que a pesquisa de ponta é crucial para enfrentar realidades como essa e nossa missão é continuar essa jornada de descobertas para que, juntos, possamos fortalecer a prevenção e o controle de diversas doenças que atingem a população”, finaliza.

Projeto TBPed

O projeto tem como objetivo ampliar o conhecimento sobre a tuberculose e outros agentes respiratórios em crianças e adolescentes no Brasil. A iniciativa oferece cursos de ensino à distância para profissionais de saúde, abordando diagnóstico, tratamento e vigilância da infecção latente pelo Mycobacterium tuberculosis.

Além disso, estão em andamento dois levantamentos coordenados pelo projeto: o Estudo TBPed, que busca identificar a prevalência da doença em menores de 15 anos, com meta de recrutar 1.848 participantes; e o Estudo GXT, que compara três estratégias de investigação para aumentar a adesão de contatos intradomiciliares de até 10 anos ao tratamento preventivo da tuberculose, com amostra prevista de 681 crianças.

Na primeira fase do projeto (2021–2023), foram ativados 22 centros de pesquisa em nove estados brasileiros, alcançando 51% da meta de recrutamento para o Estudo TBPed. Já o Estudo GXT contou com seis centros distribuídos em quatro estados e registrou a participação de 159 crianças.

Para o triênio em vigência (2024-2026), está prevista a conclusão da inclusão de participantes e a ampliação da rede de centros de pesquisa, a fim de garantir a finalização dos estudos e gerar evidências que apoiem políticas públicas de prevenção e controle da tuberculose infantil. Saiba mais sobre os projetos aqui.

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