76% dos brasileiros não fazem acompanhamento médico para saúde mental
A saúde mental é um assunto que tem se tornado cada vez mais presente na sociedade. Mesmo com o tema ganhando visibilidade nos noticiários, na internet e nas redes sociais, com a abordagem em alta, os índices apontam para uma falta de cuidado com essa área da saúde. A pesquisa “A saúde do brasileiro”, promovida pelo Instituto Lado a Lado pela Vida, em parceria com o Qualibest, aponta que 76% dos entrevistados não fazem acompanhamento médico para a saúde metal.
De acordo com o estudo, apesar do número elevado de pessoas que não realizam acompanhamento, 39% se autoqualificam com a saúde mental boa. Como reflexo da ausência do cuidado, 34% da amostra revela a saúde mental como regular, ruim ou muito ruim. Já 26% dos brasileiros avaliam como muito boa.
Somente 23% da mostra alegou que fez ou faz acompanhamento médico entre seis meses e mais de cinco anos.
“Os números da pesquisa apontam que os brasileiros ainda têm uma resistência grande para cuidar da saúde mental. Os índices identificados em nossa pesquisa alertam para a necessidade urgente de mudar esse cenário e a mentalidade da população. Ainda existe um preconceito quando o assunto é tratamento para questões relacionadas à saúde mental. Como solução, precisamos informar melhor a sociedade e facilitar o acesso ao diagnóstico, aos acompanhamentos e tratamentos”, diz Marlene Oliveira, presidente do Instituto Lado a Lado pela Vida.
Os sintomas da falta de cuidado com a saúde mental também foram apontados na pesquisa. Pelo menos 38% sentiram ansiedade e 17% relataram ter sentido depressão nos últimos cinco anos. “Não recorrer à ajuda especializada interfere diretamente na qualidade de vida das pessoas que sofrem com algum tipo de transtorno mental. O diagnóstico correto e o tratamento adequado são essenciais para o paciente se fortalecer emocionalmente e levar uma vida saudável. Isso só é possível com políticas públicas que estabeleçam mecanismos para atender as reais necessidades da população, para suprir a demanda pelo atendimento e reduzir o preconceito com a doença, que ficou ainda mais evidente no período pós-pandemia”, pontua a presidente.
Recorte por gênero
A pesquisa contou com a participação de 815 respondentes, sendo 401 homens e 414 mulheres.
Os homens classificaram a própria saúde mental da seguinte forma:
- 30% como muito boa
- 39% como boa
- 24% como regular
- 6% como ruim
- 1% como muito ruim
Já entre as mulheres os índices foram:
- 23% como muito boa
- 39% como boa
- 27% como regular
- 9% como ruim
- 1% como péssima