ABRAHCT lança diagnóstico inédito do Setor de Transição de Cuidados no Brasil

A Associação Brasileira de Hospitais e Clínicas de Transição (ABRAHCT) acaba de divulgar os resultados do primeiro mapeamento nacional das Unidades de Transição de Cuidados (UTCs). O estudo, intitulado “Diagnóstico do Setor de Transição de Cuidados no Brasil”, traça um panorama inédito sobre a infraestrutura, o perfil assistencial e os principais desafios enfrentados por esse segmento estratégico da saúde.

Em um país que já vivencia o envelhecimento populacional de forma acelerada — com mais de 33 milhões de idosos em 2023, segundo o IBGE —, as Unidades de Transição de Cuidados assumem papel fundamental na reabilitação e no cuidado continuado de pacientes com perda funcional ou em recuperação pós-aguda.

Com dados coletados em instituições espalhadas pelo país, o levantamento identificou 2.573 leitos de transição em funcionamento, sendo somente 181 voltados ao SUS (Sistema Único de Saúde). A análise demonstra uma clara concentração geográfica dos serviços em regiões mais desenvolvidas, como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, e evidencia a necessidade de expansão territorial para garantir equidade no acesso. São Paulo, por exemplo, concentra 35,8% dos beneficiários de planos de saúde do país. Esse desequilíbrio reflete diretamente na oferta dos serviços de transição.

Apesar do crescimento da demanda por cuidados de reabilitação físico-funcional, cuidados paliativos e cuidados continuados, o estudo identificou um vazio assistencial, com cobertura estimada de apenas 32% da demanda potencial no país. Em contraste, em países como Canadá, Reino Unido e Portugal, as unidades de transição representam entre 15% e 25% do total de leitos hospitalares, gerando impactos positivos na eficiência do sistema de saúde.

O setor movimenta mais de R$ 41 milhões por mês em receitas brutas e emprega mais de 4,7 mil profissionais, sendo 72% deles diretamente envolvidos na assistência aos pacientes. O tempo médio de permanência é de 57 dias e a taxa de ocupação é de 81%, demonstrando a relevância operacional das unidades.

Carlos Costa

“Ainda enfrentamos entraves como a falta de integração entre os níveis de atenção à saúde, escassez de profissionais especializados, baixa inserção das UTCs no SUS e ausência de modelos financeiros sustentáveis. Este diagnóstico é um marco para promover o reconhecimento, a regulação e o fortalecimento das unidades de transição”, afirma Carlos Costa, Vice-Presidente da ABRAHCT.

Entre as propostas para superar esses desafios estão a criação de modelos de remuneração baseados em performance e desfechos clínicos, o desenvolvimento de políticas públicas específicas e a ampliação da visibilidade do modelo junto à sociedade e aos órgãos reguladores. Modelos como a Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, em Portugal, e a política Valora Minas, no Brasil, demonstram que a articulação de cuidados pós-agudos é viável e efetiva.

Segundo Carlos, com o avanço do envelhecimento populacional e o aumento das doenças crônicas, a demanda por unidades de transição tende a crescer significativamente nos próximos anos. “Já estamos articulando um grupo de trabalho intersetorial para levar os dados ao Ministério da Saúde, Anvisa e demais órgãos competentes, visando construir uma política nacional para o setor”, reforça.

O relatório completo foi disponibilizado em primeira mão para as UTCs associadas e servirá como base técnica para iniciativas de regulamentação, financiamento, formação de profissionais e expansão territorial. Com ele, a ABRAHCT busca promover um novo patamar de organização, eficiência e qualidade assistencial.

“A análise desses dados não apenas revela a urgência de mudanças estruturais, como também convida todos os elos do setor a promover um movimento coletivo por uma saúde mais integrada, eficiente e centrada na jornada do paciente. Nosso objetivo é claro: transformar os cenários revelados pelo diagnóstico em soluções concretas para os desafios do setor”, finaliza Costa.

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