ABDAN e Sociedade de Medicina Nuclear criam comitê técnico
Visando o desenvolvimento e avanço de atividades relacionadas à medicina nuclear, a Associação Brasileira para Desenvolvimento de Atividades Nucleares (ABDAN) anunciou um acordo de cooperação técnica com a Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN). O acordo tem como objetivo principal a promoção de iniciativas conjuntas de pesquisa, desenvolvimento tecnológico e inovação em medicina nuclear, com o intuito de avançar os conhecimentos científicos e tecnológicos.
“A assinatura do memorando de entendimento entre a ABDAN e a Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear faz parte de uma estratégia mais ampla que a Associação vem desenvolvendo há vários anos de aproximação com as sociedades profissionais ligadas as atividades nucleares. No caso da SBMN, entidade que é o repositório nacional do conhecimento técnico científico na área de medicina nuclear, terá um efeito extremamente positivo de fecundar as relações entre as empresas e o próprio governo. A formalização desta cooperação vai na linha de trazer para o círculo das empresas ligadas a ABDAN esse conhecimento técnico referente à medicina nuclear”, afirma Leonam Guimarães, diretor técnico da ABDAN.
Para subsidiar o acordo a ser formalizado e dar suporte para à Frente Parlamentar Mista do setor nuclear, recém-criada, a ABDAN lança o Comitê de Medicina Nuclear, tendo também Guimarães comandado o projeto. Este é o primeiro dos comitês a serem criados pela Diretoria Técnica da Associação com a missão de fomentar as diferentes atividades nucleares da qual a ABDAN propõe desenvolver.
“O Comitê de Medicina Nuclear é o primeiro dos comitês criados para subsidiar a Frente Parlamentar e o objetivo primeiro será identificar iniciativas benéficas ao desenvolvimento da medicina nuclear no Brasil, ainda tão defasada em relação aos níveis de atendimento registrados no resto do mundo e até mesmo na América Latina. A proposta vai subsidiar a Frente Parlamentar de apoio energia nuclear para que possibilite a tomada de decisão legislativa para facilitar o desenvolvimento dessas atividades. Em breve virão outros comitês como o de mineração e os ciclos do combustível, desenvolvimento de novas usinas, entre outros, ou seja, comitês técnicos temáticos que propiciem o subsídio à Frente Parlamentar no desenvolvimento das medidas legislativas que favoreçam o desenvolvimento dessas atividades nucleares”, explica Leonam Guimarães.
Para Beatriz Leme, executiva na área da Saúde e coordenadora do Comitê, a ABDAN tem como vetor no contexto da tecnologia nuclear para uso médico a preocupação com a população brasileira e no seu acesso ao uso dos radioisótopos diagnósticos e terapêuticos. “Este é o ponto inicial desta nossa comissão, organizar este caminho. Todos os anos, 10 milhões de pacientes na Europa se beneficiam da medicina nuclear, no Brasil este número ainda não chega a 1,5 milhões”, revela a especialista.
Beatriz Leme conta que nesta última década a Medicina Nuclear se beneficiou pelas muitas pesquisas que foram realizadas no uso de isótopos médicos e espera-se que estes novos radioisótopos se tornem uma ferramenta ainda mais eficaz na terapêutica de muitos tipos de câncer e no diagnóstico preciso de muitas doenças. “Portanto o crescimento em procedimentos de medicina nuclear é esperado e para e que isto venha a ocorrer no Brasil, simultaneamente com os países desenvolvidos é necessário estabelecer uma cadeia de suprimentos robusta, para garantir que todos os pacientes recebam os cuidados de que precisam”, ressalta.
“Com este objetivo é que este comitê foi criado, formado por pessoas chaves do setor, a ABDAN se propõe entrar nas minucias do mercado para traçar a melhor rota e atingir as metas do projeto em curto período de tempo. Porque tempo é saúde”, finaliza.