Atualpa Aguiar, do IRSSL, assume Grupo de Trabalho de Interoperabilidade da ABCIS
A ABCIS – Associação Brasileira CIO e Gestores de Tecnologia em saúde pública e privada, anuncia a nomeação de Atualpa Aguiar como o novo coordenador do Grupo de Trabalho (GT) de Interoperabilidade, uma prioridade estratégica para a transformação digital da saúde no Brasil, já em operação a partir do mês de junho de 2025.
Com vasta experiência no setor de saúde e reconhecida atuação como executivo de TI e em projetos de inovação tecnológica, Atualpa é o atual Superintendente de Tecnologia do Instituto de Responsabilidade Social do Sírio-Libanês e assume a missão de articular uma maior cooperação entre os atores do ecossistema nacional em torno de diretrizes, práticas e soluções que garantam a troca eficiente, segura e estruturada de informações entre diferentes plataformas e instituições de saúde. O GT se compromete a fomentar a discussão em âmbito nacional à adoção de padrões técnicos e operacionais que possibilitem a comunicação eficiente entre sistemas, contribuindo para uma assistência mais segura, resolutiva e centrada no paciente. “Ao assumirmos esse desafio, queremos reunir especialistas, gestores, fornecedores e autoridades para construir caminhos concretos rumo a um ecossistema mais integrado e inteligente. O desafio da interoperabilidade vai além da tecnologia, trata-se de conectar dados para conectar cuidados. Nosso papel será criar pontes entre instituições públicas, privadas e acadêmicas, consolidando uma visão nacional para a saúde digital integrada,” destaca Aguiar.
Para Vitor Ferreira, Presidente da ABCIS e CIO do Hospital Sabará, a nomeação de Atualpa Aguiar representa um passo importante. “Trata-se da consolidação da associação como articuladora de debates construtivos e efetivos capazes de impactar diretamente a qualidade do cuidado e a eficiência do sistema de saúde brasileiro, por meio da adoção de tecnologias transformacionais”, ressalta Ferreira.
A ABCIS revela que o momento é especialmente favorável. O trabalho liderado pelo DATASUS nos últimos anos criou bases sólidas para a interoperabilidade em larga escala. Tem conduzido importantes iniciativas para estruturar um ambiente mais interoperável, como:
- A evolução da Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS), que centraliza e organiza dados clínicos e administrativos com foco na continuidade do cuidado;
- A adoção e incentivo ao uso de padrões internacionais como HL7 FHIR, LOINC e SNOMED CT em sistemas públicos de saúde;
- A ampliação do acesso à Identificação Nacional de Saúde (INS), promovendo a padronização da identificação dos usuários no SUS.
Aguiar comenta que alguém precisa consolidar um esforço conjunto entre todos os atores para transformar esses avanços em resultados práticos e sustentáveis.
A ABCIS entende que com sua rede de executivos C-Level de tecnologia e estratégia de negócios, além de especialistas técnicos com profundo conhecimento das especificidades do setor dada a sólida experiência na Saúde, pode de fato contribuir para potencializar esse movimento e acelerar sua adoção na ponta, com foco em qualidade assistencial, segurança do paciente e eficiência operacional”, afirma Sonia Poloni, diretora executiva na Associação.
A associação explica ainda que o GT pretende somar esforços a essas iniciativas, funcionando como um elo entre os avanços conduzidos pelo setor público e as práticas inovadoras desenvolvidas pela iniciativa privada. O Grupo pretende ainda auxiliar no endereçamento dos desafios históricos na troca de informações entre diferentes plataformas utilizadas por hospitais, clínicas, operadoras e sistemas públicos de saúde enfrentados pelos executivos de TI membros da Entidade, além dos líderes de tecnologia em geral que atuam no setor.
Entre os principais objetivos do Grupo de Trabalho, destacam-se:
- Criar espaços de diálogo e colaboração entre as demais associações, conectando iniciativas públicas e privadas, por meio da cooperação entre líderes do setor, executivos de TI, fornecedores, profissionais de saúde, reguladores e a academia;
- Mapear a nível nacional padrões em uso;
- Educar o setor sobre conceitos universais de forma didática;
- Propor diretrizes técnicas e operacionais de interoperabilidade com foco no cenário brasileiro alinhadas com boas práticas internacionais;
- Apoiar a disseminação dos padrões oficiais de interoperabilidade defendidos para o ecossistema nacional;
- Estimular a formação de competências e a troca de conhecimento sobre o tema ao fomentar conhecimento e capacitação técnica, por meio de workshops, publicações e fóruns especializados;
- Trabalhar em sinergia com os GTs de Infraestrutura e Cibersegurança da ABCIS, gerando orientações técnicas integradas;
- Contribuir com políticas públicas e regulamentações que favoreçam a troca segura e estruturada de dados clínicos;
- Apoiar o desenvolvimento de políticas públicas, colaborando com entidades como o Ministério da Saúde e a Anvisa;
- Fomentar a cultura de dados abertos e colaborativos no setor de saúde.
Além disso, o GT atuará de forma integrada com outros dois grupos estratégicos já ativos na ABCIS: o GT de Infraestrutura e o GT de Cibersegurança. A interoperabilidade depende diretamente de uma infraestrutura tecnológica robusta e segura, e essas áreas trabalharão em conjunto para desenvolver recomendações, eventos técnicos e materiais de apoio. “Não existe interoperabilidade sem conectividade, nem confiança na troca de dados sem segurança. A sinergia entre os grupos é essencial para que possamos entregar soluções completas e viáveis para o sistema de saúde brasileiro”, ressalta Aguiar, coordenador do GT.