Profissionais de TI assumem funções cada vez mais estratégicas na saúde
Por Alex Vieira
O mercado de tecnologia segue aquecido, sendo um dos que mais registra crescimento no Brasil e no mundo. Para se ter ideia, estima-se que no período anterior à pandemia, o setor contabilizou uma alta de 60% na taxa de contratação. Ainda assim, uma pesquisa de mercado mostra que há uma previsão de déficit de 530 mil profissionais até 2025 e mais de 85 milhões de vagas de emprego no mundo não serão preenchidas por falta de profissionais qualificados.
Na área da saúde não é diferente. Com o boom das inovações, empresas e instituições têm investido continuamente na adoção de novas tecnologias e na contratação de profissionais de TI. Acompanhando o movimento de crescimento acelerado, o perfil dessa área e do profissional de TI evoluiu e alcançou novos patamares. A área de tecnologia deixa de exercer apenas o suporte e volta os olhos à atuação estratégica dentro do negócio.
As instituições de saúde já trabalham nesse modelo de governança que garante autonomia às pontas e maior protagonismo aos profissionais de TI. A perspectiva é que cada área da empresa contemple um especialista dedicado à função, absorvendo atividades de sustentação, infraestrutura, governança, além de toda a parte de TI e sistema, atuando especialmente no negócio. Em um hospital, por exemplo, há uma média de 50 projetos solicitados por mês. A grande maioria dessas demandas são relacionadas ao desenvolvimento de relatórios, implementação de novas funcionalidades nos sistemas. Se o profissional estiver locado na área em que atua haverá maior resolutividade, eficiência e agilidade nos processos.
A mudança vai de acordo com as características naturais desse profissional, que já atua em diversas frentes, estabelecendo interface com as mais variadas áreas, além de ser acostumado a lidar com pressão, prazos e relacionamento com fornecedores e clientes. Adicionalmente, o especialista traz em seu DNA, elementos cada vez mais importantes para a tomada de decisão, como o pensamento analítico e em forma de fluxos e a expertise em gestão de projetos.
Nessa concepção em que o profissional assume cada vez mais uma posição estratégica e de liderança, a formação é premissa fundamental. Atualmente, percebemos um avanço no interesse dos profissionais em assuntos como gestão de TI e de governança, além da segurança da informação. O especialista está se dedicando a estudar a parte teórica, mas especialmente o nicho em que atua. Quanto maior o aprofundamento no conhecimento do negócio e das questões estratégicas, melhor será sua performance para apresentar as soluções de tecnologia.
No dia 19 de outubro, celebramos o Dia do Profissional de Tecnologia da Informação e nunca foi tão importante refletir sobre a relevância desse especialista no setor de saúde. Investir em formação e carreira, garantir maior autonomia e apostar na liderança desses especialistas é urgente e necessário. Nas instituições de saúde, não existe discussão operacional que não impacte a área de TI, e o quanto antes todos entenderem isso, maior será o ganho em relação à eficiência, redução de custos e celeridade nos processos.
*Alex Vieira é Superintendente de Inteligência Digital e TI do HCor.