Hospital São Francisco inaugura serviço voltado a dependentes químicos
A visita do Papa Francisco ao Rio de Janeiro, em julho de 2013, deixou fortes lembranças e mais do isso, inspirou o trabalho da Associação Lar e Fraternidade São Francisco na Providência de Deus, responsável pela gestão do Hospital São Francisco na Providência de Deus (HSF-RJ), na Tijuca, única unidade de saúde visitada pelo Santo Pontífice durante sua estada na cidade. Na ocasião, o Papa inaugurou o Polo de Atenção Integral à Saúde Mental (PAI), batizado com o seu nome, e inspirou a criação do barco-hospital que presta atendimento de saúde a populações ribeirinhas amazônicas. Dez anos depois, a visita do Papa Francisco continua rendendo frutos e o HSF inaugura a Comunidade Terapêutica Santa Clara, voltada para o atendimento de dependentes químicos (álcool e drogas) que busquem o serviço de forma voluntária.
“Este serviço foi tornado possível graças à Parceria Bem-Viver, que une o HSF, o Ministério Público do Trabalho (MPT-RJ) e instituições de segurança pública do estado do Rio de Janeiro (Polícia Civil, Secretaria de Estado de Administração Penitenciária – SEAP e Departamento Geral de Ações Socioeducativas – DEGASE)”, diz o frei Nicolau Castro, diretor geral do Hospital.
O tratamento é dividido em quatro ciclos, de cerca de 30 a 40 dias cada, como explica a psicóloga Caroline Oertel, coordenadora da Comunidade Terapêutica. “Esse programa de tratamento tem terapêuticas diferenciadas de acordo com o ciclo que o acolhido está vivenciando no momento. Não determinamos o prazo para a alta, o tempo de recuperação é variável, de acordo com a condição de cada pessoa”, esclarece. Cada ciclo tem um propósito ou temática que irá guiar o tratamento de forma personalizada e os acolhidos devem cumprir atividades como cuidar da horta terapêutica, laboterapia e terapias de grupo, além de tarefas da vida diária, como preparar as refeições, manter o ambiente limpo e organizado. “A equipe que faz a triagem dos acolhidos é a mesma que vai acompanhá-los durante a permanência na Comunidade Terapêutica e isso é importante pois ajuda a estabelecer um vínculo com eles”, complementa.
O atendimento na Comunidade Terapêutica é multidisciplinar e a equipe é formada por enfermeiro, técnico de enfermagem, psicólogo, assistente social, psiquiatra e monitor, profissional responsável por supervisionar as atividades. A capacidade inicial do serviço é de 20 leitos.