Preço de órteses, próteses e materiais especiais tem alta de 0,15% em maio
Apesar de avançar pelo oitavo mês consecutivo, com alta de 0,15% em maio, o Índice de Órteses, Próteses e Materiais Especiais (I-OPME) indica uma desaceleração em relação aos resultados de abril deste ano (0,39%). O aumento dos preços é impulsionado por quase todas as especialidades incluídas em sua cesta, com destaque para: sistema nervoso central e periférico (+0,64%); cabeça e pescoço (+0,58%); sistema digestivo e anexos (+0,41%). O recuo, por sua vez, se concentrou na especialidade sistema urinário (-0,29%).
Desenvolvido em parceria pela Fipe e pela Bionexo o Índice OPME monitora os preços de produtos transacionados entre fornecedores e hospitais na plataforma Opmenexo, responsável por cerca de 2 mil cotações diárias de preços para mais de 20 mil itens do segmento.
Comparativamente, a variação do índice se manteve abaixo da inflação ao consumidor, medida pelo IPCA/IBGE (+0,23%), embora tenha superado o resultado mensal dos preços de medicamentos para hospitais, dado pelo IPM-H (-1,37%), assim como as variações mensais do IGP-M/FGV (-1,84%) e da taxa de câmbio (-0,74%).
“Os resultados consistentemente positivos do Índice OPME têm reforçado a tendência de valorização desses produtos no mercado doméstico, com destaque para as especialidades: sistema nervoso central e periférico, cabeça e pescoço, sistema cardiocirculatório, sistema musculoesquelético e articulações. Além da influência de fatores ligados à oferta, o fenômeno pode estar relacionado ao aumento da demanda por esses produtos e materiais em intervenções médicas, tratamentos e terapias de reabilitação”, diz Bruno Oliva, economista da Fipe.
Considerando os resultados de maio, o Índice OPME passou a registrar um incremento de 1,14%, no acumulado de 2023, e uma alta de 2,79%, nos últimos 12 meses. Nesse horizonte ampliado, o comportamento médio dos preços de órteses, próteses e materiais especiais superou a variação acumulada pelo IGP-M/FGV (-4,47%), o comportamento dos preços dos medicamentos para hospitais, medido pelo IPM-H (-5,74%); e a variação da taxa de câmbio (+0,56%).
As variações acumuladas nos últimos 12 meses, por especialidade, foram as seguintes: cabeça e pescoço (+6,79%); sistema musculoesquelético e articulações (+4,83%); sistema cardiocirculatório (+4,21%); sistema nervoso central e periférico (+3,34%); sistema digestivo e anexos (-1,00%); sistema urinário (-1,23%); e sistema genital e reprodutor (-1,45%).
Por dentro do índice
O Índice de Órteses, Próteses e Materiais Especiais (índice OPME) é resultado da parceria entre Fipe e Bionexo, e nasce como o primeiro indicador dedicado a analisar o comportamento de preços de produtos e materiais transacionados entre fornecedores e hospitais no mercado brasileiro. A cada mês e para cada material, calcula-se um índice que indique a variação de seu preço em relação ao mês de referência, levando em consideração variáveis que podem ser relevantes para determinar o preço, entre elas: 1) quantidade de itens requisitados no mercado; 2) discriminador de produto (já que pode-se ter múltiplos produtos em uma mesma família); 3) localização do hospital e do fornecedor; 4) convênio; e 5) procedimento de urgência.
Os produtos são agrupados em oito especialidades e ponderados de acordo com uma cesta de valor total transacionado na plataforma Opmenexo. O Índice OPME consolida o comportamento dos índices dos preços de cada especialidade.
Apesar de estar correlacionado a outros indicadores, o Índice OPME não mensura ou influencia o comportamento de preços de produtos e materiais no varejo. Ele não reflete diretamente em mudanças ou substituições tecnológicas, nem tem relação direta com os custos de hospitais e planos de saúde. Os dados apontam tendências de preços para negociações entre fornecedores e instituições hospitalares.