Avanços tecnológicos para o desenvolvimento de vacinas de prevenção ao câncer

Por Cristiano Blanez

As vacinas têm sido cada vez mais uma ferramenta essencial na prevenção de doenças infecciosas. Nesse contexto, as pesquisas científicas responsáveis pelos estudos para a geração dos imunizantes têm se dedicado ao desenvolvimento de novos tipos, que são capazes de prevenir, inclusive, o câncer. Segundo pesquisa da OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde), a doença é responsável por 9,6 milhões de mortes, ao ano, em nível global.

Ainda de acordo com a pesquisa, aproximadamente 70% das mortes por câncer acontecem em países de baixa e média renda. A doença se torna mais letal nesse âmbito devido à má alimentação, à falta de cuidados básicos e a um sistema de saúde precário. Esse cenário reforça a necessidade de avanços em pesquisa científica e tecnológica para impulsionar o desenvolvimento de vacinas que estimulem o sistema imunológico a reconhecer e combater células cancerígenas específicas.

Essa abordagem inovadora tem o potencial de revolucionar a forma como lidamos com essa doença devastadora. É de suma importância haver investimentos para que se torne possível obtermos avanços das vacinas contra o câncer. Países como Estados Unidos, Japão e França já demonstraram eficiência tecnológica para fomentar a produção em massa de uma vacina. No início de 2023, o renomado médico da farmacêutica Moderna, Paul Burton, anunciou que uma série de imunizantes terapêuticos já está sendo testada contra diversos tipos de câncer, além de doenças cardíacas e condições autoimunes. O plano é que esses medicamentos sejam globalmente testados ao final desta década (2030).

Em ensaios clínicos iniciais, concebidos graças aos mercados de tecnologia japonesa, estadunidense e francesa, vacinas personalizadas contra o câncer foram capazes de estimular respostas imunológicas específicas, direcionadas a diferentes tipos de tumores. Isso permite uma infinidade de caminhos para tratamentos mais personalizados e eficazes, adaptados às características únicas de cada paciente. Grandes organizações de tecnologia japonesas estão se aprofundando nessa linha de investigação científica, utilizando, por exemplo, sistemas avançados, como a Inteligência Artificial.

O trabalho em conjunto de regiões e mercados com tecnologia de ponta nos traz a oportunidade de uma revolução médica para futuras gerações, que deve possibilitar uma redução drástica da doença. Não é à toa que as pesquisas sobre a prevenção do câncer se tornaram uma área empolgante e promissora no campo da saúde. Com o uso de tecnologias avançadas, como análise genômica e identificação biométrica, o mundo começa a ter de fato opções para combater e revolucionar a forma como lidamos com o câncer. Assim, os tratamentos tradicionais, comumente agressivos, finalmente darão lugar a uma abordagem preventiva, baseada em vacinas, o que trará um futuro mais saudável para a humanidade. É uma questão de tempo para que, a qualquer momento, a humanidade vire a chave do câncer, de tratamento para prevenção.


*Cristiano Blanez é diretor de Inovação da NEC para a América Latina.

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