UBS Fluvial Conectada leva saúde a comunidades do Amazonas
Por Francisco Arce
As Unidades Básicas de Saúde Fluviais (UBSF) são embarcações que comportam Equipes de Saúde da Família Fluviais (ESFF), providas com a ambiência, mobiliário e equipamentos necessários para atender à população ribeirinha da Amazônia Legal (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do Maranhão) e Pantanal Sul Mato-Grossense. Elas buscam responder às especificidades dessas regiões, garantindo o cuidado às suas populações como previsto na Política Nacional de Atenção Básica (PNAB).
O Projeto “UBS Fluvial Conectada” é uma iniciativa de pesquisa que em breve se tornará um produto de apoio à saúde básica e visa melhorar o acesso à saúde de comunidades ribeirinhas e indígenas que vivem às margens do rio Amazonas, no estado do Amazonas. Essas comunidades, muitas vezes, enfrentam dificuldades para acessar serviços de saúde de qualidade devido a distância e à falta de infraestrutura de transporte nas áreas remotas.
O objetivo principal foi instalar serviços de conectividade e rastreio na embarcação para poder oferecer atendimento especializado com a utilização da telessaúde, além de acompanhar a UBS Fluvial e seus pontos de atendimentos, manter uma comunicação com a tripulação e apresentar à secretaria municipal estatísticas quanto aos possíveis atendimentos e custos para avaliação.
Para isso, foi realizada uma prova de conceito em conectividade em uma UBS Fluvial no município de Manacapuru onde foi possível avaliar como a conectividade em barcos pode ser implementada e qual o seu desempenho.
Ações executadas para os testes na embarcação através de uma antena via satélite
- Cobertura de sinal: foi avaliado a cobertura de sinal verificando se a antena está apontada corretamente para o satélite e testando a força do sinal em diferentes áreas do barco.
- Velocidade de conexão: foi avaliado o teste de velocidade de conexão usando ferramentas online, como o speedtest.net, para medir a velocidade de download e upload.
- Verifique a confiabilidade da conexão: foi avaliando se a conexão estava estável e se não havia interrupções ou quedas de sinal.
- Teste de segurança da conexão: foi avaliado se a conexão era segura e se os dados transmitidos eram protegidos de acesso não autorizado.
Sobre a os testes da rastreabilidade no barco
- Dispositivo de rastreamento: foi avaliado se o dispositivo de rastreamento foi instalado corretamente e funcionando corretamente.
- Teste a cobertura de sinal: foi avaliado se o dispositivo de rastreamento tinha cobertura de sinal suficiente para transmitir dados de localização com precisão.
- Teste a atualização de localização: foi avaliado se o dispositivo estava atualizando a localização com precisão e regularidade.
Além dos testes técnicos, conseguimos simular uma teleconsultoria que é uma consulta registrada e realizada entre trabalhadores, profissionais e gestores da área de saúde, por meio de instrumentos de telecomunicação bidirecional, com o fim de esclarecer dúvidas sobre procedimentos clínicos, ações de saúde e questões relativas ao processo de trabalho, podendo ser síncrona (realizada em tempo real, geralmente por chat, web ou videoconferência) ou assíncrona (por meio de mensagens off-line)
Em resumo, dessa forma conseguiremos garantir a melhor qualidade do atendimento na Atenção Básica no Sistema Único de Saúde (SUS), com resultados positivos na resolubilidade do nível primário de atenção; expressiva redução de custos e do tempo de deslocamentos; fixação dos profissionais de saúde nos locais de difícil acesso; melhor agilidade no atendimento prestado; e otimização dos recursos dentro do sistema como um todo para a população ribeirinha do Amazonas atendendo mais de cinco mil pessoas na área do rio Manacapuru.
*Francisco Arce é Diretor Executivo de Tecnologia, Pesquisa e Inovação do Instituto Evereste.