Nísia Trindade assume Saúde e diz que gestão será pautada pela ciência

A cientista e pesquisadora Nísia Trindade, que assumiu o posto de ministra da Saúde no dia 02/01, afirmou que sua gestão será pautada pela ciência e pelo diálogo com a comunidade científica. “A pandemia mostrou a nossa vulnerabilidade. O rei está nu. Precisamos afirmar, sem nenhuma tergiversação, e superar essa condição”, disse, ao destacar que o país responde por 11% das mortes por covid-19 no mundo, apesar de representar 2,7% da população global.

Nísia anunciou que a pasta, por meio de um grupo de trabalho, vai iniciar estudos no intuito de revogar portarias que ferem a ciência, os direitos humanos e os direitos sexuais e reprodutivos. A expectativa, segundo ela, é que os trabalhos sejam finalizados em até 15 dias.

Nísia Trindade durante cerimônia de posse (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A ministra adiantou áreas com decretos a serem revistos: saúde mental, incluindo atos que contrariam a luta antimanicomial; saúde da mulher; e atos que contrariem a recomendação científica, citando especificamente a prescrição de cloroquina e hidroxicloroquina.

Programa Nacional de Imunizações

Em conversa com a imprensa, Nísia anunciou a criação de um departamento responsável por fortalecer o Programa Nacional de Imunizações (PNI). Atualmente, o programa pertence a uma coordenadoria subordinada à Secretaria de Vigilância em Saúde.

“Por uma feliz coincidência, assumo o cargo no Dia do Sanitarista. A saúde, como disse o sanitarista Sérgio Arouca, não é ausência de doença, mas uma condição de bem estar físico e mental”.

Diálogo 

“Nossa gestão à frente do Ministério da Saúde será pautada pelo diálogo com a ciência”, declarou. Ela garantiu que o trabalho coletivo com estados, municípios e sociedade será fundamental para alcançar os resultados almejados. “Nossa gestão será pautada pelo imprescindível trabalho colaborativo”, resumiu.

Antes de iniciar sua fala, Nísia foi homenageada por servidores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), instituição que presidia até então, lembrou que a pandemia de covid-19 ainda não acabou e reforçou a importância de se completar o esquema vacinal contra a doença.

“Ela foi a primeira mulher a assumir a presidência da Fiocruz em 120 anos. Sempre atuou de forma conciliatória, firme, profissional e humana. Incentivou mulheres no poder e meninas na ciência. Essa foi a tônica da Nísia dentro da Fiocruz e o resultado deste trabalho é uma instituição ainda mais produtiva e unida em torno da defesa do SUS. Temos a certeza que o Ministério da Saúde está recebendo um presente, um tesouro em que está depositada a esperança de tantos brasileiros pelo futuro da saúde no Brasil”, defendeu Marilda Gonçalves, servidora da Fiocruz Bahia.

Lula

Para a ministra, a posse do presidente Lula renova as esperanças nessa construção, nesse respirar. “É a vitória da democracia. Democracia como ele proclamou em sua linda cerimônia de posse, juntamente com o vice Geraldo Alckmim, quando recebeu a faixa de representantes da população brasileira. E muito me orgulha, hoje, ter aqui nessa mesa a presença do cacique Raoni e tantos outros, de tamanha representatividade”, afirmou.

“Firmei esse compromisso com muita convicção. A convicção de quem há muito tempo estuda as desigualdades sociais em nosso País e que atua na área de ciência e tecnologia, especialmente a partir da minha história na Fiocruz, para o fortalecimento do Sistema Único de Saúde [SUS] e também com sentido de urgência que se requer hoje de todos nós que integramos a equipe do presidente Lula e que farei cumprir com todo o empenho no Ministério da Saúde”, conclui Nísia. (Com informações da Agência Brasil e Fiocruz)


Nomeações

Confira os nomes anunciados pela ministra durante a cerimônia de transmissão de cargo:

– Swedenberger do Nascimento Barbosa como secretário-executivo:

– Nésio Fernandes como secretário de Atenção Primária à Saúde;

– Helvécio Magalhães como secretário de Atenção Especializada à Saúde;

– Ethel Maciel como secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente;

– Carlos Gadelha como secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos;

– Isabela Pinto como secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde;

– Ana Estela Haddad como secretária da Informação e Saúde Digital;

– Weibe Tapeba como secretário de Saúde Indígena.

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