Casos de câncer de próstata crescem 31,9% em 2022
No Novembro Azul, mês de conscientização para o câncer de próstata, um levantamento feito pela rede de centros médicos dr.consulta aponta para o relevante aumento do percentual de diagnósticos positivos para a doença em pacientes que procuram suas unidades. Entre janeiro e outubro de 2022, houve um crescimento de 31,9% de diagnósticos positivos na comparação com o mesmo período de 2019, ano anterior à pandemia de Covid-19.
Entre janeiro e outubro de 2019, 38.160 pacientes procuraram a rede particular com para a realização de consultas. Do total, 35,4% foram encaminhados para o exame de PSA (Antígeno Prostático Específico). Destes, 5,4% tiveram o diagnóstico confirmado. No mesmo período de 2022, apesar do número menor de consultas, 36.127, mais pacientes realizaram o teste de PSA, 39,6%, dos quais 7,5% receberam o diagnóstico positivo.
Para o urologista do dr.consulta, Edgard Alexandre Romanato Junior, a pandemia mudou o comportamento das pessoas. Para o especialista, muitos dos homens que buscavam o serviço para avaliação de próstata deixaram de sair de casa, no entanto o quadro tem sido revertido. “Embora ainda aos poucos, as campanhas de conscientização têm levado mais pessoas aos consultórios para fazer a prevenção. A maioria dos pacientes tem perdido o medo de fazer o diagnóstico. Isso advém do esclarecimento sobre a detecção precoce”, avalia.
A evolução da doença é silenciosa e muitos homens não apresentam sintomas. O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima 65.840 casos da doença no Brasil, sendo 13.650, em São Paulo.
“O processo é gradual, principalmente porque diz respeito ao homem e à próstata. Não é de uma hora para outra que vai se resolver, mas tem melhorado. As mulheres ainda cuidam mais da saúde, mas vejo cada vez mais pessoas jovens no consultório, mais atentos à saúde”, explica Edgard.
A idade ideal para iniciar a prevenção é a partir dos 40 anos, principalmente porque o câncer tende a ser mais agressivo. Os números do dr.consulta mostram que na faixa etária de 40 a 50 anos, em 2019, 2,2% (190) tiveram diagnóstico confirmado. Em 2022, o número passou para 3,8% (334). Vale ressaltar, que o PSA é a triagem para o diagnóstico acompanhado do toque retal seguido de exames complementares.
A detecção precoce é bastante importante para o sucesso do tratamento. “A terapêutica mudou bastante nos últimos anos e agora estão mais eficazes, com uma sobrevida mais longa. O medo de receber um diagnóstico ruim não pode afastar o paciente da prevenção. É um tumor que dá para tratar e o paciente consegue viver bem por longo período”, esclarece o urologista.