Atraso no diagnóstico induz à mastectomia em 70% dos casos
Dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) estimam, em 2022, 66.280 casos novos de câncer de mama, o que representa uma taxa ajustada de incidência de 43,74 casos a cada 100 mil mulheres. Segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), em 70% dos casos de câncer de mama diagnosticados no país a mastectomia é indicada, ou seja, quando a mulher faz a retirada total da mama. Nos últimos 10 anos, 110 mil mulheres passaram pela cirurgia. Destas, 25 mil fizeram a reconstrução mamária.
A mastectomia é um procedimento cirúrgico para tratar o câncer de mama que consiste na retirada da mama. Existem vários tipos de mastectomia, com base na forma como a cirurgia é realizada e na quantidade de tecido removido: Mastectomia simples: quando se retira a maior parte da pele, o complexo aréolo papilar e a glândula; Mastectomia skin Sparing (em português: poupadora de pele): grande parte da pele é preservada; Mastectomia Nipple Sparing (poupadora de pele e do complexo aréolo papilar) quando há a retirada da glândula mamária, preservando a pele e o complexo aréolo papilar; e a Mastectomia radical: quando o máximo de pele é retirado, inclusive a glândula por completo e é feito o esvaziamento axilar.
De acordo com Fábia Beraldo, médica mastologista do Hospital Felício Rocho, são vários os fatores que levam a mulher a optar pela mastectomia, como por exemplo, ela preferir a mastectomia à cirurgia conservadora da mama por motivos pessoais. “A mastectomia é indicada para mulheres com alto risco de desenvolver um segundo câncer de mama, que às vezes optam pela mastectomia bilateral; para pacientes com mutações genéticas como BRCA; para mulheres já tratadas de câncer de mama, que já foram submetidas a tratamento conservador com radioterapia que apresentam recidiva local; e para pacientes com diagnóstico de câncer de mama grávidas”, ressalta.
Lei 12.802
A lei que estabelece a reconstrução mamária imediatamente após mastectomia completou cinco anos em abril. A Lei 12.802 prevê que pacientes submetidas a mastectomia têm o direito de realizar a reconstrução mamária por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) imediatamente após a retirada do tumor. A SBM afirma que apenas 20% das 92,5 mil mulheres que retiraram as mamas entre os anos de 2008 e 2015 passaram pelo procedimento de reconstrução. De acordo com a instituição, a reconstrução mamária imediata é viável em cerca de 90% dos casos.