Arquitetura Hospitalar Brasil-Portugal é tema de livro publicado pela Fiocruz
O diálogo entre pesquisadores brasileiros e portugueses sobre arquitetura, urbanismo, patrimônio cultural e saúde é a temática do livro Hospitais e Saúde no Oitocentos: diálogos entre Brasil e Portugal, da Editora Fiocruz. A obra faz parte da Coleção História e Saúde, que tem o objetivo de fortalecer a área da história e das ciências da saúde no Brasil.
Organizada pelo arquiteto e urbanista Renato Gama-Rosa, pesquisador da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), e Cybelle Miranda, pesquisadora da Universidade Federal do Pará (UFPA), a publicação é resultado de estudos realizados por pesquisadores das duas instituições, além da Universidade de Lisboa, da Universidade Lusíada de Lisboa e do Município de Fafe, com financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Divido em sete capítulos, o livro aborda o processo de transferência de modelos estéticos no sentido Brasil-Portugal, a partir da segunda metade do século 19, período em que portugueses que viviam no país retornaram as suas localidades de origem, contribuindo para ampliação da rede de assistência das Misericórdias no Norte português.
A publicação apresenta também a influência da arquitetura portuguesa em edifícios localizados no Rio de Janeiro, capital imperial, e em Belém, no Pará, e mostra que hospitais brasileiros e portugueses construídos no século 19 seguem, em sua maioria, o modelo de arquitetura assistencial existente à época, associados às funções das entidades beneméritas, como as Misericórdias e as Beneficências Portuguesas.
Os edifícios estudados revelam que as trocas culturais entre os países foram baseadas em modelo e linguagem arquitetônica que resultaram no classicismo imperial brasileiro, aplicado aos hospitais brasileiros e reproduzidos em Portugal, que refletiam os princípios de progresso, higiene e racionalidade.