Consumidores não estão dispostos a reduzir gastos com saúde e bem-estar
Mesmo diante de um cenário de instabilidade financeira, os consumidores não estão dispostos a reduzir seus gastos com saúde e bem-estar. É o que mostra novo levantamento feito pela Accenture (NYSE: ACN) que analisa as expectativas e opiniões dos consumidores desde o início da pandemia.
A pesquisa — realizada com mais de 11 mil consumidores em 16 países — constatou que, mesmo diante de uma crise financeira geral e dificuldades pessoais, saúde e bem-estar físico, além de alimentos e produtos de limpeza, seguem no topo das prioridades dos consumidores. Apesar de 66% dos entrevistados terem dito que passam por problemas financeiros, 80% pretendem manter ou aumentar os gastos relacionados a saúde e bem-estar físico — incluindo aulas, vitaminas e suplementos— no próximo ano.
“Mesmo em tempos de crise, a saúde e o bem-estar passaram a ser essenciais nas vidas dos consumidores e eles pretendem manter ou aumentar os gastos nessa área, independentemente da situação financeira”, explica Oliver Wright, diretor sênior da Accenture e líder global de Consumer Goods & Services. “Com um aumento previsto de US$1 trilhão em gastos globais nesse mercado até 2025, as empresas voltadas ao consumidor devem usar experiências interindustriais, avanços científicos e tecnológicos, levando em conta também as mudanças nas prioridades dos clientes na hora de desenvolver novas ofertas.”
Para Rich Birhanzel, diretor sênior da Accenture e chefe global da área de Negócios de Saúde, “a vontade de as pessoas assumirem maior controle de sua saúde e bem-estar está aumentando de forma contínua. É essencial que o setor de saúde siga explorando e firmando parcerias com empresas de atendimento ao cliente para melhorar o acesso, a experiência e os resultados no mercado da saúde”.
A pesquisa também aponta que os entrevistados parecem estar adotando uma visão mais objetiva sobre o conceito de bem-estar, considerando-o como algo essencial. Além disso, 42% dos entrevistados disseram que estão se exercitando mais, 33% estão mais atentos ao autocuidado —, como banhos de banheira ou tratamentos de beleza — do que um ano atrás.
Mesmo com o aumento dos custos de viagem, a pesquisa aponta que metade dos consumidores também planeja manter ou aumentar seus gastos com viagens a lazer no próximo ano — o que não surpreende se levarmos em conta os benefícios das férias na sensação de bem-estar. Além disso, dois em cada cinco (39%) dos respondentes com alta renda planejam uma viagem de luxo ou estadia em um spa nos próximos 12 meses. Entre os Millennials, um em cada cinco (21%) reservaram uma temporada em um spa ou resort voltado ao bem-estar. Ainda, um terço (33%) de todos os entrevistados da pesquisa disseram que estão dispostos a sacrificar algumas compras desnecessárias para que possam se dar ao luxo de viajar.
Segundo Emily Weiss, diretora sênior da Accenture e líder global da prática de Viagens, “embora o foco no bem-estar pessoal não seja necessariamente novo, hoje ele é visto menos como um luxo e cada vez mais como algo essencial e inegociável para o consumidor, mesmo em momentos de insegurança financeira. Seria um erro as empresas de viagem e de atendimento ao cliente não aproveitarem esse momento para criar parcerias em seus ecossistemas. As comunidades locais também podem investir em experiências únicas, já que hoje o turismo é muito mais do que o lugar ou as atividades, é uma extensão do estilo de vida do turista”.
O estudo identificou onde e de que forma os consumidores estão priorizando seus gastos, mas é importante que as empresas compreendam o contexto em que essas decisões de compra foram feitas. De acordo com o levantamento “The Human Paradox: From Customer Centricity to Life Centricity” da Accenture, os consumidores têm cada vez mais dificuldade na hora de encontrar o equilíbrio entre o que eles precisam e o que eles querem. Ao todo, 64% gostariam que as empresas fossem mais ágeis na hora de apresentar novas ofertas para atender seus desejos. Somente ao compreender esse novo contexto é que as empresas terão a estratégia certa para oferecer as marcas, produtos e serviços mais relevantes.
“As lojas e as marcas podem gerenciar o impacto que essas mudanças constantes causam, prestando atenção nas tendências do mercado para conseguirem responder com agilidade”, afirma Jill Standish, diretora sênior da Accenture e líder global da prática de Retail. “Embora haja uma série de percalços, os varejistas sempre foram bons em inovar para resolver problemas. A inovação será cada vez mais importante para criar níveis de valor, reduzir custos e fazer a coisa certa para a sociedade e o planeta. Serão necessários níveis extraordinários de colaboração, compromisso e envolvimento do consumidor — sem mencionar a tecnologia e a inovação nos negócios que se baseiam em insights de fontes de dados confiáveis”.
O estudo
O Consumer Pulse Survey da Accenture oferece insights valiosos sobre as perspectivas, sentimentos e comportamentos do consumidor. A edição deste ano é relevante para todos os setores de consumo, com foco em bens de consumo, varejo, viagens e saúde. A Accenture entrevistou uma amostra formada por 11.311 consumidores de 16 países: Alemanha, Brasil, Canadá, Chile, China, EAU, Espanha, EUA, França, Índia, Indonésia, Itália, Reino Unido, Singapura, Suécia e Vietnã. A pesquisa foi realizada online e direcionada a consumidores que fizeram compras para suas casas nos últimos seis meses. Os entrevistados foram divididos igualmente por sexo e faixa etária. O estudo foi realizado entre os dias 7 e 15 de fevereiro de 2022 e complementado com uma pesquisa adicional realizada entre 7 e 25 de abril. Nessa nova rodada, foram ouvidos 10.085 entrevistados de oito países: Alemanha, Canadá, China, EUA, França, Índia, Itália e Reino Unido.