Estudo propõe melhor assertividade na solicitação de exames reumatológicos
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que cerca de 8% da população mundial é afetada por alguma das diversas doenças autoimunes até hoje identificadas pela medicina. A fim de ampliar o conhecimento médico sobre o tema e, consequentemente, qualificar as decisões relacionadas à saúde dos pacientes portadores dessas enfermidades pesquisadores do Grupo Sabin desenvolveram o estudo “The influence of demography and referral medical specialty on the detection of autoantibodies to HEp-2 cells in a large sample of patients”, em português, “A influência dos dados demográficos e da especialidade médica requisitante na detecção de autoanticorpos em células HEp-2 em uma grande amostra de pacientes”.
Assinado pelos pesquisadores Wilton Ferreira Silva Santos, Ana Paula de Castro Cantuária, Daniele de Castro Félix, Leandro Kegler Nardes e Igor Cabral Santos de Melo, o estudo é resultado de um trabalho de quatro anos dentro do Núcleo Técnico Operacional da empresa, em Brasília, e acaba de ser publicado na conceituada revista científica Advances in Rheumatology.
“A publicação do nosso estudo em uma revista que é referência em todo o mundo é um reconhecimento de que o Sabin adota padrões internacionais de qualidade na realização de exames e obedece normas éticas exigidas na condução de pesquisa envolvendo seres humanos”, observou Wilton Santos, médico reumatologista e coordenador do trabalho.
O pesquisador destaca que o estudo proporciona melhor compreensão médica para a solicitação de exames laboratoriais envolvidos na investigação das doenças autoimunes sistêmicas, favorecendo interpretação mais assertiva dos resultados laboratoriais.
“Analisamos mais de 54 mil amostras, coletadas em mais de 57 mil pacientes, em 2017. De lá para cá cumprimos todas as etapas do estudo. Para cada amostra, foram identificados o sexo, a idade e a especialidade do médico solicitante. Os resultados dos exames foram liberados de acordo com consensos internacionais e nacionais em autoanticorpos. Além de mostrar a influência do sexo e idade nos resultados, nossa pesquisa identificou que, atualmente, os reumatologistas respondem por apenas 8,5% das solicitações dos exames de FAN-HEp-2. Esse dado mostra que a grande maioria das solicitações da pesquisa de autoanticorpos anti-célula são provenientes de outras especialidades médicas, que até quatro décadas atrás não estavam envolvidas na investigação de doenças autoimunes”, explica.
Ainda de acordo com o especialista, o estudo revelou que os clínicos, dermatologistas, cardiologistas, ginecologistas e ortopedistas figuram entre as especialidades que mais investigam doenças autoimunes por meio do FAN-HEp-2.
“O fato de uma diversidade de especialidades estarem envolvidas na investigação de doença autoimune, nos remete à necessidade de promover ações educativas voltadas para as especialidades identificadas na pesquisa, não ficando restrita aos reumatologistas e imunologistas. Assim qualificaríamos a fase pós analítica do teste. É um fator que também reforça a necessidade de aperfeiçoarmos cada vez mais a qualidade da comunicação dos resultados, o suporte na interpretação e tomada de decisão a partir do resultado recebido pelos médicos e pacientes”, avalia o pesquisador.
O coordenador do estudo enfatizou ainda que os dados são fundamentais para entender o comportamento clínico e impactá-lo de forma positiva. “Entendemos que este estudo pode aprimorar a atuação médica, qualificando os pedidos e reduzindo os custos das operadoras de saúde”, observa e finaliza “seguir as diretrizes internacionais de realização do exame proporciona que os resultados da pesquisa sejam interpretados em qualquer lugar do mundo, facilitando a aceitação da publicação em revista de circulação internacional”.