Imunoterapia traz novas perspectivas para manejo do câncer de bexiga

Por Sandro Cavallero

Nos dias atuais, quando falamos sobre o futuro da oncologia, há elementos importantes que manterão protagonismo na prevenção, diagnóstico e combate a variados tipos de câncer, por exemplo, mapeamento genético e medicina personalizada, que inclui terapias cada vez mais específicas. Aliados ao avanço tecnológico e à possibilidade de compreendermos a condição ainda mais a fundo, vamos avançando rumo ao manejo do câncer como uma doença crônica, em especial nos casos avançados ou com metástases – comum no câncer de bexiga, por exemplo, por ser frequentemente diagnosticado de forma tardia.

De acordo com a última estimativa do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o Brasil registraria mais de 10 mil novos casos de câncer de bexiga por ano no triênio de 2020 a 2022. Durante os últimos 30 anos, o avanço no enfrentamento desse tipo de câncer se manteve estagnado, tendo como desafio encontrar uma forma segura e eficaz de prolongar os resultados positivos da quimioterapia após sua finalização, já que a maioria dos pacientes sofre com progressão precoce da doença em aproximadamente 9 meses, sendo a sobrevida global mediana de apenas 14 a 15 meses.

Em 2020, os dados de uma pesquisa clínica com imunoterapia criaram grandes expectativas para o cenário do câncer de bexiga no mundo inteiro. O estudo JAVELIN Bladder 100, que avaliou o uso de avelumabe em conjunto com os melhores cuidados de suporte, demonstrou resultados significativos nunca atingidos na manutenção do tratamento após a quimioterapia em pacientes com carcinoma urotelial avançado ou metastático. A estratégia de tratamento prolongou a sobrevida global de 14 meses para 21 meses.

Em fevereiro de 2022, foram apresentados achados recentes dos desdobramentos do JAVELIN Bladder 100 durante o Simpósio de Tumores Geniturinários da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO GU), em São Francisco (Califórnia, Estados Unidos). Os dados de sobrevida global mostram consistência no benefício oferecido por avelumabe: 24 meses proporcionados pela terapia de manutenção com avelumabe, que permitem que o paciente viva por mais tempo e que ainda possa se submeter a um novo ciclo de tratamento contra o câncer em caso de evolução da doença. Já na primeira semana de junho deste ano, foram apresentados os achados mais recentes dos desdobramentos do JAVELIN Bladder 100 durante a 58ª edição do encontro anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO), em Chicago (Estados Unidos). O estudo constatou ainda que o paciente será beneficiado independentemente da magnitude de resposta em relação à quimioterapia.

Essas evidências nos guiam para novos caminhos e possibilidades de combinações com imunoterapia na área, reforçando a importância da avaliação de novas diretrizes de tratamento que considerem o potencial de prevenção da progressão da doença, visando mais tempo e qualidade de vida para quem lida com o câncer de bexiga. Além é claro de permitir que o paciente possa desfrutar momentos valiosos ao lado da família e amigos. Começamos a reescrever a história e mudar o cenário dessa doença, que sempre foi sinônimo de um prognóstico desfavorável.


*Sandro Cavallero é oncologista clínico do Grupo OncoBelém.

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