Resolução: Anvisa estabelece testes diários em mamógrafos
A mamografia no Brasil deu um grande salto em direção à excelência na qualidade dos exames. Desde 6/7/22, a Anvisa determinou em resolução a obrigatoriedade diária do teste de qualidade de imagem nos mamógrafos. Antes da data, as análises de qualidade ocorriam mensalmente. Para garantir a qualidade dos laudos e o diagnóstico correto, hospitais, clínicas e consultórios de todo país que realizam mamografias passam a fazer, a partir de agora, testes diários nos equipamentos com o uso de phantom, um instrumento que age como um simulador de mama. “Se a leitura de estruturas estiver nítida pelo uso dos simuladores, significa dizer que o equipamento está adequado para o exame”, explica Walmoli Gerber Jr., físico médico da BrasilRad, empresa que atua na área de física médica e proteção radiológica.
A testabilidade nos mamógrafos faz parte do Programa Nacional de Qualidade em Mamografia (PNQM), instituído pelo Ministério da Saúde como norma de segurança exigida aos serviços públicos e privados de diagnóstico por imagem. Os testes diários vão ajudar a reverter um dado alarmante, constatado pelo Instituto Nacional do Câncer, em que mais da metade dos exames de mama averiguados pelo INCA continham inconformidades que poderiam levar a interpretação das imagens e laudos equivocados, comprometendo a detecção da doença e, consequentemente, a saúde das pacientes. “Quanto mais se testar a qualidade, maior a probabilidade de detecção do câncer de mama, dada as chances de cura em 90% quando identificado precocemente”, explica.
Walmoli ressalta que as normas estabelecidas pela Anvisa são rigorosas, propensas a suspensão do serviço de mamografia nos hospitais, clínicas e consultórios que não as cumprirem. “Qualidade da imagem, força de compressão, dose glandular média na mama são alguns critérios exigidos, e que precisam ficar à disposição das autoridades sanitárias para inspeção”, explica.
O executivo também esclarece que os testes trazem segurança ao operador e ao responsável técnico da instituição de saúde e garantia no resultado do laudo para o médico, que terá as condições necessárias para propor o tratamento mais adequado à paciente. “A saúde da mulher sai ganhando e o Brasil vai se destacar mundialmente na capacidade de rastreamento”, conclui.