Câncer de pulmão: diagnóstico tardio reduz pela metade as chances de cura

Pesquisadores do Hospital Alemão Oswaldo Cruz publicaram nas revistas científicas Jornal Clinical Oncology e Journal of Thoracic Disease, respectivamente, resultados de dois estudos que acompanharam mais de cinco mil pacientes tratados com câncer de pulmão em 72 centros de oncologia de hospitais públicos do Estado de São Paulo. O câncer de pulmão é o tipo mais letal no Brasil e nos Estados Unidos. O órgão é um dos cinco mais afetados pelo câncer, correspondendo a 18,3% de incidência da doença.

No primeiro estudo, 3.363 pacientes em estágio 3 (etapa em que na maioria das vezes há metástases somente em linfonodos próximos ao tumor), sem metástase para outros órgãos, foram acompanhados durante quinze anos. Destes pacientes, 49% foram tratados de forma preconizada (quimioterapia mais radioterapia ou quimioterapia mais cirurgia) e 51% não se encaixaram em nenhum desses tratamentos. “Identificamos um número alarmante de pacientes que não conseguem receber o tratamento preconizado”, afirma o autor da pesquisa, Fernando Abraão, cirurgião torácico do Centro Especializado em Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

Para o médico, isto provavelmente reflete na jornada enfrentada pelo paciente, que passa pela conscientização dos sintomas e a demora para a realização de exames e procedimentos dentro do sistema de saúde, além da capacitação da equipe médica. “Se aprimorarmos os processos e essas variáveis, poderemos contribuir para a ampliação do acesso ao tratamento preconizado”, explica.

Neste recorte do estudo também foi constatado que os pacientes que passaram por quimioterapia e radioterapia tiveram 20% de taxa de sobrevida, frente aos 40% daqueles que fizeram quimioterapia e cirurgia. Este resultado está em linha com conclusões de estudos internacionais.

O segundo estudo acompanhou 1.278 pacientes com câncer de pulmão em estágio inicial submetidos à cirurgia ou radioterapia, dependendo da sua condição clínica. Foi constatado ao longo dos últimos 5 anos da pesquisa que o grupo tratado nesse período está vivendo mais do que os pacientes operados nos primeiros 10 anos do estudo. Isso sugere que o tratamento para a doença também avançou ao longo destes 15 anos de execução da pesquisa. Outro dado importante é o fato do risco de óbito pelo câncer ter sido 33% menor para os pacientes operados nos últimos 5 anos estudados, o que reflete uma melhoria importante na linha de cuidado do paciente com câncer de pulmão em estado inicial.

“Esses números sugerem que estamos avançando de forma positiva ao longo do tempo, aumentando a sobrevida dos pacientes tratados. Além disso, detectamos que tratar estes pacientes em hospitais com equipes dedicadas ao cuidado do paciente com câncer, infraestrutura e tecnologia adequada reduz risco de óbito pela doença. Estes estudos servem para nortear medidas de saúde pública que podem impactar positivamente no tratamento dos pacientes com câncer de pulmão”, diz. O médico ressalta, ainda, que o investimento em capacitação das equipes e disseminação de conhecimento de forma mais homogênea também contribuem para o sucesso do tratamento.

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