Biomarcadores evitam terapias invasivas contra o câncer de mama
O uso de biomarcadores tem permitido o tratamento de doenças oncológicas com abordagens menos evasivas. Para um dos subtipos do câncer de mama, que representa entre 50% a 60% de todos os tumores oncológicos de mama diagnosticados anualmente nos Estados Unidos, a ferramenta permitiu dispensar a radioterapia e a quimioterapia nas pacientes.
“Esses métodos tradicionais ainda são indicados para muitos tipos de câncer. Com os biomarcadores, temos outras opções e eliminamos os impactos que essas terapias podem trazer já com a sua aplicação, como efeitos colaterais agudos. Ao longo dos anos, essas terapias tradicionais também trazem riscos de doenças cardíacas e, inclusive, outros cânceres”, explica o médico oncologista Ramon Andrade de Mello, professor da disciplina de oncologia clínica do doutorado em medicina da Universidade Nove de Julho (Uninove), do corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, e PhD em oncologia pela Universidade do Porto, Portugal.
Um estudo recente com base no uso de biomarcadores para um determinado tipo de câncer, com mulheres com 55 anos ou mais, mostrou que o uso de terapia endócrina isolada após cirurgia conservadora da mama trouxe resultados positivos. Durante os cinco anos das pesquisas, a taxa de sobrevida global foi de 97,2% dos casos.
Ramon de Mello esclarece que biomarcadores podem ser células específicas, moléculas, genes, enzimas ou hormonas: “No caso específico do estudo, os cientistas utilizaram o biomarcador Ki67, que serviu como parâmetro para analisar o avanço do tumor oncológico e a eficácia do tratamento”.