Quais são as tendências na área da saúde para 2022?
Por Gean Pereira
Depois de anos com muitos desafios para a área da saúde, 2022 começa com a promessa de ainda mais avanços no setor. Isso porque a pandemia acelerou o uso de Inteligência Artificial, Internet das Coisas e teleatendimento e, para este ano, a expectativa é que essas soluções sejam consolidadas, principalmente com a implementação do 5G, que deve ser um dos grandes destaques do período.
Estimativas apontam que cerca de 30% dos dados gerados no mundo sejam relacionados a cuidados com a saúde. Diante dessa estatística, fica evidente o papel relevante que o 5G irá representar nesta área, trazendo mais qualidade no atendimento e rapidez. A tecnologia irá agilizar diagnósticos e tornar os tratamentos mais assertivos, acelerando, por exemplo, o resultado de exames por imagem. A alta conectividade também vai permitir a disseminação de dispositivos para monitorar a saúde dos pacientes, como smartwatches, além de possibilitar o acionamento imediato de serviços de saúde.
Outro ponto é que essa tecnologia irá intensificar cirurgias robóticas e atendimentos remotos. Todo esse processo e conectividade irá garantir ainda mais qualidade às teleconsultas, inclusive para pacientes e médicos fora dos grandes centros, o que também representa um avanço na democratização do acesso à saúde no país. A expectativa é que, de modo geral, o 5G melhore toda a experiência de atendimento na saúde. Assim, será possível oferecer um acompanhamento mais personalizado, integrado e os pacientes irão assumir o protagonismo.
Aliás, o atendimento remoto deve se consolidar em 2022, o que é um caminho sem volta. Isso é demonstrado em projetos, legislações e debates da área. O Projeto de Lei 916/20 tramita na Câmara dos Deputados para regulamentar a realização de consultas com médicos, terapeutas, psicólogos e nutricionistas por meio de tecnologias da informação e da comunicação. Esse novo texto deve garantir respaldo para o teleatendimento, que ganha força a cada nova onda de casos de Covid-19. Só em janeiro deste ano, os atendimentos por telemedicina dobraram a cada 36 horas, segundo levantamento da Saúde Digital Brasil com empresas que representam 90% do mercado privado de telessaúde no país.
Uma área que também deve ser destaque em 2022 é a da saúde mental. O tema já ganhou protagonismo no ano passado, quando aumentou significativamente o número de transtornos mentais e a procura por tratamento. Como já era esperado, a pandemia também teve um papel neste cenário. Uma pesquisa do instituto Ipsos, encomendada pelo Fórum Econômico Mundial, apontou que mais da metade dos brasileiros entrevistados declararam que a saúde emocional e mental piorou desde o início da pandemia.
Com esse aumento de demanda, a tecnologia mais uma vez será essencial para garantir qualidade e agilidade no atendimento. Devemos presenciar neste ano um salto em terapias assistidas, por smartphones e outros dispositivos, que facilitam o monitoramento, acompanhamento em tempo real e acionamento de serviços especializados. Todo esse processo sendo guiado pela Inteligência Artificial, uso de chatbots e conectividade.
Com todas essas frentes e altas expectativas em relação à tecnologia na área da saúde, todos os lados saem ganhando. Há ainda mais espaço para crescimento das healthtechs – que receberam o maior investimento da história em 2021, segundo a Distrito -, operadoras, clínicas, médicos e, sobretudo, protagonismo dos pacientes. Os usuários terão acesso a diagnósticos e tratamentos mais assertivos e ágeis, além de contar como uma rede de apoio a apenas um clique, o que ajudará a salvar vidas.
*Gean Pereira é Head de Inovação da healthtech Zitrus e do Zlabs.