A genética e a medicina preditiva são o futuro da saúde

Por Michele Migliavacca

O diagnóstico precoce é o diferencial para a cura ou para melhores respostas terapêuticas aos tratamentos oferecidos aos pacientes. Não há dúvidas quanto a isso. A medicina preditiva permite identificar, por meio de testes genéticos, a predisposição para o desenvolvimento de diversas doenças, além de apontar a origem de certos cânceres, por exemplo. Isso possibilita ao médico fazer o acompanhamento mais próximo, realizar tratamentos mais assertivos e oferecer maior qualidade de vida aos pacientes.

Com os avanços tecnológicos dos últimos anos, é possível identificar a predisposição genética familiar para o desenvolvimento de alguns cânceres, entre eles o de mama e o de próstata. Também é possível avaliar alterações cromossômicas do bebê antes do nascimento, como as síndromes de Down, Edwards e Patau, e as síndromes de Turner e de Klinefelter, que são alterações dos cromossomos sexuais.

Os testes genéticos também contribuem para o tratamento das doenças raras. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), pelo menos 13 milhões de pessoas vivem com alguma enfermidade rara no Brasil e grande parte dessas doenças pode ser identificada por meio de testes genéticos. Quanto mais precoce for o diagnóstico, maiores as possibilidades de dar qualidade de vida a esses pacientes. No entanto, a estimativa é de que essas pessoas passem por pelo menos sete médicos até receberem um diagnóstico correto.

Por meio da farmacogenética, também é possível identificar quais fármacos oferecem as melhores respostas terapêuticas para cada paciente. Essa é uma colaboração muito importante para o tratamento da depressão e da ansiedade, já que o índice de falha terapêutica dos antidepressivos oferecidos inicialmente chega a até 50%.

Apesar dessas contribuições valiosas, o número de médicos geneticistas ainda é muito pequeno no Brasil por ser ainda uma especialidade relativamente recente. Atualmente, segundo o estudo Demografia Médica de 2020, apenas 332 profissionais se dedicam à genética, o equivalente a um para cada 1,25 milhão de brasileiros. A recomendação da OMS é que cada país tenha um geneticista para cada 100 mil habitantes, ou seja, temos um déficit de 1.800 profissionais.

Muitos estudantes de medicina sequer têm a oportunidade de conhecer os princípios básicos da genética médica, pois nem sempre as universidades incluem a disciplina na grade curricular. Diversas instituições têm estruturado cursos de especialização para a formação de novos geneticistas. A GeneOne, laboratório de genômica da Dasa, por exemplo, abriu um processo seletivo para o programa de Treinamento em Análise e Classificação de Variantes, com vagas nas áreas de Genética Médica, Patologia Molecular e Biologia Molecular.

Também é necessário que médicos de diferentes especialidades se apropriem da contribuição da genética para oferecer as melhores opções de tratamento, acompanhar de perto os pacientes com predisposição para o desenvolvimento de doenças importantes e para chegar ao diagnóstico o mais breve possível. É importante disseminar esse conhecimento entre a classe médica, pois nem todos encaminham seus pacientes para a realização de aconselhamentos genéticos.

A medicina preditiva é o futuro e a genética é uma aliada importante para que possamos melhorar a qualidade de vida das pessoas.


*Michele Migliavacca é geneticista da GeneOne.

Damos valor à sua privacidade

Nós e os nossos parceiros armazenamos ou acedemos a informações dos dispositivos, tais como cookies, e processamos dados pessoais, tais como identificadores exclusivos e informações padrão enviadas pelos dispositivos, para as finalidades descritas abaixo. Poderá clicar para consentir o processamento por nossa parte e pela parte dos nossos parceiros para tais finalidades. Em alternativa, poderá clicar para recusar o consentimento, ou aceder a informações mais pormenorizadas e alterar as suas preferências antes de dar consentimento. As suas preferências serão aplicadas apenas a este website.

Cookies estritamente necessários

Estes cookies são necessários para que o website funcione e não podem ser desligados nos nossos sistemas. Normalmente, eles só são configurados em resposta a ações levadas a cabo por si e que correspondem a uma solicitação de serviços, tais como definir as suas preferências de privacidade, iniciar sessão ou preencher formulários. Pode configurar o seu navegador para bloquear ou alertá-lo(a) sobre esses cookies, mas algumas partes do website não funcionarão. Estes cookies não armazenam qualquer informação pessoal identificável.

Cookies de desempenho

Estes cookies permitem-nos contar visitas e fontes de tráfego, para que possamos medir e melhorar o desempenho do nosso website. Eles ajudam-nos a saber quais são as páginas mais e menos populares e a ver como os visitantes se movimentam pelo website. Todas as informações recolhidas por estes cookies são agregadas e, por conseguinte, anónimas. Se não permitir estes cookies, não saberemos quando visitou o nosso site.

Cookies de funcionalidade

Estes cookies permitem que o site forneça uma funcionalidade e personalização melhoradas. Podem ser estabelecidos por nós ou por fornecedores externos cujos serviços adicionámos às nossas páginas. Se não permitir estes cookies algumas destas funcionalidades, ou mesmo todas, podem não atuar corretamente.

Cookies de publicidade

Estes cookies podem ser estabelecidos através do nosso site pelos nossos parceiros de publicidade. Podem ser usados por essas empresas para construir um perfil sobre os seus interesses e mostrar-lhe anúncios relevantes em outros websites. Eles não armazenam diretamente informações pessoais, mas são baseados na identificação exclusiva do seu navegador e dispositivo de internet. Se não permitir estes cookies, terá menos publicidade direcionada.

Visite as nossas páginas de Políticas de privacidade e Termos e condições.

Importante: A Medicina S/A usa cookies para personalizar conteúdo e anúncios, para melhorar sua experiência em nosso site. Ao continuar, você aceitará o uso. Veja nossa Política de Privacidade.