Mais de 850 crianças na 1º infância morreram por Covid-19 no Brasil
867 crianças de 0 a 4 anos morreram em decorrência da Covid-19 no Brasil. Isso significa que a cada 1 milhão de crianças no país, 31 morreram pelo novo coronavírus até setembro de 2021. O índice de crianças pequenas é mais alto do que o de outras faixas etárias: 194 crianças de 5 a 9 anos, 273 de 10 a 14, 808 de 15 a 19. As informações são da EPICOVID 19, maior pesquisa epidemiológica sobre a doença feita no Brasil. No total, o estudo da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) investigou mais de 120 mil pessoas de 133 cidades de todos os estados brasileiros.
Segundo Cesar Victora, Professor Emérito de Epidemiologia na UFPel, os impactos da Covid-19 vão além. De acordo com o pesquisador, a pandemia afeta os índices de pobreza, orfandade, subnutrição e utilização de serviços de saúde. Entre eles a vacinação. Durante o período pandêmico, 22,7% das crianças mais pobres deixaram de ser vacinadas. Entre as mais ricas, o índice é de 15%.
“Nossos resultados mostram que a pandemia foi associada a uma redução de cerca de 20% na vacinação infantil. As crianças de famílias pobres e das regiões menos desenvolvidas do país foram as mais afetadas. Há uma necessidade urgente de intensificar as atividades de imunização no país para compensar as doses perdidas e reduzir as desigualdades geográficas e socioeconômicas”, explica Cesar Victora.
Entrevista com participantes do Programa Criança Feliz corroboram para isso. De acordo com entrevistados, 11% das crianças deixaram de ser vacinadas em setembro de 2020. Em janeiro de 2021, o índice foi para 10%. Além disso, 6% das grávidas faltaram às consultas pré-natais em setembro de 2020. Em janeiro, o percentual passou para 10%.