Hospital do Futuro: A aceleração se manterá no pós-pandemia?
Por Isabela Abreu
Antes de tudo não há dúvida que a pandemia da Covid-19 trouxe mudanças estruturais para os hospitais, e tanto executivos, líderes quanto colaboradores podem aguardar novidades bem animadoras para o futuro da saúde. Porque ao que tudo indica, os serviços hospitalares adaptados para o serviço digital como a telemedicina permanecerão mesmo após a pandemia, a covid-19 acelerou algumas mudanças no setor de saúde que levariam anos.
Com a explosão da pandemia os líderes dos hospitais foram obrigados a adiar e/ou cancelar procedimentos eletivos, dispensar pacientes que não estavam com Covid e para dar conta de todo o caos que a pandemia gerou, a gestão hospitalar implementou diversas soluções digitais, contando com a geração de dados para prever e analisar a demanda, além de transferir sua força de trabalho para o remoto.
Assim, o uso da tecnologia para fazer triagem, monitoramento e visitas eletrônicas, juntamente com a preferência dos pacientes em ficar longe do hospital dão uma visão bem clara de como será o hospital do futuro. Além disso, os hospitais do futuro poderão contar com outras tecnologias com inteligência artificial, que por sinal já estão no radar de grandes hospitais devido aos notáveis avanços que este tipo de tecnologia proporciona.
Veja quais são as expectativas de alguns especialistas sobre o futuro dos hospitais com a inserção da tecnologia em seus processos.
O que podemos esperar dos hospitais do futuro?
Em uma pesquisa recente da Deloitte junto com diversos especialistas da saúde sobre como seria o hospital do futuro em 2040, este grupo entendeu: “Embora ainda haja a necessidade de hospitais, a maior parte dos cuidados ao paciente deixará de ser no ambiente hospitalar, uma consequência dos avanços tecnológicos em cuidados clínicos […]” com a maior adesão a telemedicina, máquinas com capacidade realizar processos cada vez mais complexos, grande armazenamento e processamento de dados gerando mais assertividade e agilidade no atendimento ao paciente e muito mais, trarão uma nova realidade aos hospitais do futuro.
Certamente tudo isso impactará positivamente no setor da saúde, já que os modelos de negócios dos hospitais do futuro serão transformados com a adesão da inteligência artificial, pois passarão a oferecer serviços nas unidades hospitalares de forma mais restrita, deixando os atendimentos físicos para casos mais complexos, aumentando a oferta dos atendimentos virtuais para casos rotineiros e de menor complexidade.
De fato, a pandemia colocou os hospitais contra a parede, forçando-os a mudar processos e conceitos antigos e abraçar a tecnologia que se apresentou como a solução perfeita diante de um momento de instabilidade e insegurança. Contudo, as mudanças nos processos hospitalares não poderão voltar às antigas práticas, isso significaria regressão já que os benefícios da tecnologia no atendimento hospitalar, desburocratização dos processos, exames e outros se mostraram eficientes para dar conta da demanda, reduzir custos, melhorar a produtividade e levar comodidade e segurança ao paciente.
E, no mais, a inteligência artificial será uma forte aliada para a recuperação pós pandemia, ajudando o hospital a lidar com a possível demanda reprimida após o advento do COVID19, colocando as instituições de saúde em um ciclo de crescimento exponencial.
E agora, como se manter ativo no ciclo da inovação?
Então como vimos, a liderança dos hospitais tiveram que remodelar seus modelos de negócios para se ajustar às mudanças originada pela pandemia da Covid-19, até acertar o passo e entrar na dança da inovação.
Portanto, agora as instituições hospitalares deverão continuar a investir e priorizar as tecnologias de acordo com as suas necessidades, dentre elas estão o big data e analytics, interoperabilidade dos dados, saúde virtual, soluções digitais e outras.
Para tanto os executivos deverão refletir sobre as seguintes questões, antes de implementar qualquer tecnologia:
● Qual é a sua posição no mercado? Aonde você quer chegar?
● O que os seus concorrentes estão fazendo? E quem serão os seus concorrentes do futuro?
● Como você vai se diferenciar em seu mercado?
● Como vai atender as expectativas dos seus pacientes? E como essas expectativas estão evoluindo?
Também é importante repensar a estratégia de investimento de capital da instituição e fazer um plano de ação para caminhar em frente com segurança e assertividade. Você pode concentrar seus investimentos em recursos digitais como estratégia digital e novas tecnologias ao invés de investir em leitos, visto que com a tecnologia muitas enfermidades dependendo da gravidade e complexidade podem ser acompanhadas da casa do paciente.
Além disso as instituições devem considerar quais tecnologias serão mantidas no pós-pandemia e/ou quais serão implementadas, portanto, a gestão hospitalar precisa considerar:
● Quais investimentos são necessários em novos recursos e tecnologia?
● Como as tecnologias virtuais de saúde devem ser estendidas e fortalecidas?
● Como repensar a força de trabalho, habilidades, modelos de colaboração e capacitação? Como desenvolver novos tipos de colaboração necessários com a força de trabalho virtual e remota?
● Como repensar a cadeia logística da saúde para atender a este novo formato?
Em suma, com a pandemia nós podemos provar na prática o quão fluido uma instituição pode se tornar com o apoio da tecnologia, mostrando que o hospital do futuro será muito mais do que inteligência artificial, estaremos diante de uma nova sociedade.
Sem dúvida, os provedores de serviços de saúde precisam de um parceiro que entenda totalmente os processos complexos da saúde, de ponta a ponta, da experiência do cliente à eficiência operacional, oferecendo uma abordagem integrada e um olhar holístico dos negócios de saúde, não é mesmo?
*Isabela Abreu é CEO da RedFox Soluções Tecnológica e professora do MBA de Digital Business da Fiap.