SindhRio debate criação de novo modelo de Saúde Suplementar no Brasil
Os desafios do sistema de Saúde Suplementar no Brasil e a necessidade de aprimoramento do setor será a tônica do webinar “Saúde Suplementar e Desenvolvimento” que será realizado no próximo dia 22 de setembro, de 9h30 às 16h30, com transmissão ao vivo pelo canal do SindhRio, no YouTube, e aberta ao público.
“Temos assistido nos últimos tempos uma movimentação intensa do setor de saúde com aquisições e incorporações importantes. Isso demonstra a dinâmica do setor e uma adaptação aos novos tempos. Só que nesse processo todo existem algumas questões que ainda precisam ser debatidas e adaptadas a esse momento. Então, todos os envolvidos têm que participar dessa discussão: operadoras, prestadores de serviços, sejam hospitais, clínicas ambulatoriais, laboratórios e também os representantes dos usuários”, ressalta Dr. Guilherme Jaccoud, presidente do Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Casas de Saúde do Município do Rio de Janeiro (SindhRio), e da Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado do Rio de Janeiro (FEHERJ).
O evento conta com apoio do Sindicato dos Hospitais de São Paulo (SindHosp) e será a oportunidade de juntos pautarem as reivindicações do setor.
Segundo Francisco Balestrin, presidente do Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios de São Paulo (Sindhosp), será a oportunidade de ver, conhecer e avaliar de forma profissional este grande sistema.
“O Brasil tem um modelo de saúde que o coloca entre os grandes provedores mundiais. A saúde suplementar é um dos alicerces deste modelo promovendo acesso adequado e de qualidade a todos os seus integrantes”, destaca ele.
Entre os temas a serem abordados no evento estão: “Sistema Suplementar: entendendo os desafios a partir dos números do setor”, “Aspectos críticos da regulamentação e da regulação do setor”, “A judicialização da saúde: causas e alternativas possíveis”, “Os grandes desafios do setor de saúde no Rio de Janeiro e a contribuição da rede privada”, Operadores de planos e prestadores de serviço – relação de interdependência”, A modernização do marco legal da Saúde Suplementar”.
No tocante a Reforma Tributária, Renato Nunes, sócio do Machado Nunes Advogados, que representará o Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios de São Paulo (Sindhosp), ressalta que as duas etapas da Reforma Tributária apresentadas até agora pelo Governo, se aprovadas em seu formato atual, trarão sérios problemas para o setor da saúde e, por consequência, para toda a sociedade.
“Em relação ao projeto de reforma da legislação do IR, que teve a proeza de unir todo o setor empresarial contra a proposta, haverá também aumento significativo de carga, e que afetará sobretudo as empresas optantes pelo lucro presumido, sistemática amplamente adotada por prestadores de serviços de saúde. Devemos ter plena ciência de tal quadro e atuar para que o setor saúde, comprovadamente fundamental, continue tendo capacidade de oferecer o melhor à sociedade brasileira”, finaliza.
Adriano Londres, da Arquitetos da Saúde, dará um breve cenário dos desafios do setor. “Em primeiro lugar, o setor perdeu dois milhões e 100 mil vidas desde o pico de beneficiários de 2014, que era da ordem de 50,5 milhões. Atualmente são 48,4 milhões. Em segundo lugar, a inflação médica de 2014 até 2020 foi de 95,47%, muito acima do IPCA que foi a metade disso. O que isso caracteriza? Em terceiro, custos altíssimos e dificuldades das pessoas continuarem arcando com planos de saúde. E o quarto ponto é que não se mede a qualidade, que é um número indicador, se pauta o setor por preço e não por valor. Também não medimos, por exemplo, o desvio que ocorre por conta de fraude ou corrupção. É como se fosse um número que não é conhecido”.
Sérgio Coelho, Diretor da Escola Superior de Advocacia (ESA), da OAB RJ, irá abordar a judicialização do Brasil, que, segundo ele, não é exclusividade da saúde. “O Brasil é um país que litiga muito. Então, eu vou abordar o fato da judicialização na saúde ser especialmente intensa, a insegurança jurídica que isso acarreta e o que esperar para o futuro”.