Interoperabilidade torna-se ponto indispensável para a saúde
A Indústria 4.0 tem trazido recursos e ferramentas importantes para o avanço de diversos setores da economia, transformando atividades mais personalizadas, automatizadas e permitindo que o uso da tecnologia seja o braço direito dos tomadores de decisão. Diante deste contexto, a interoperabilidade tem sido a palavra da vez, em especial na era da digitalização. Conhecida por conectar diversos sistemas, permitindo que conversem entre si e disponibilizem informações importantes com uma mesma linguagem, a área pode ir além e auxiliar profissionais e instituições da área da saúde em um ponto muito importante: salvar vidas.
“Quando transportamos o conceito da interoperabilidade para a realidade de hospitais, por exemplo, os benefícios têm um impacto muito grande na qualidade dos atendimentos, diagnósticos e prognósticos dos pacientes. Isso porque a área é capaz de integrar informações importantes de diversos setores e especialidades da instituição, tornando a comunicação entre os profissionais da saúde mais fluida e ágil, colocando-os na mesma página e auxiliando em decisões mais rápidas e assertivas”, comenta Cristian Rocha, CEO e cofundador da Laura, healthtech que utiliza a inteligência artificial para a gestão do cuidado dos pacientes de ponta a ponta.
Mas, muito além de facilitar a comunicação e troca de dados entre sistemas diferentes, a interoperabilidade entra como uma ferramenta crucial para o empoderamento da equipe médica e assistencial. Isso porque, ao aliar o recurso às inteligências artificiais (IAs), por exemplo, informações importantes dos pacientes podem ser analisadas e os dados são automatizados pela IA gerando insumos importantes para a equipe clínica, além de trazer mais eficiência e rapidez para os processos como agendamentos e gestão de pacientes.
“Hoje, um médico e sua equipe assistencial passam cerca de 50% de seu tempo analisando informações de prontuários eletrônicos e apenas 25% com o paciente, de acordo com o estudo Allocation of Physician Time in Ambulatory Practice, publicado no jornal acadêmico Annals of Internal Medicine. Logo, utilizar ferramentas tecnológicas que permitam uma comunicação mais integrada e um trabalho mais estratégico dos profissionais da área é de suma importância para ampliar o acesso à saúde e tornar o cuidado com os pacientes mais eficiente”, ressalta Rocha.
Segundo o executivo, engana-se quem pensa que os benefícios da interoperabilidade se limitam apenas para a equipe interna de uma determinada instituição. Com os avanços tecnológicos e com o alto volume de dados sendo produzidos diariamente, as trocas de informações e conhecimentos têm um impacto muito positivo quando a saúde de um indivíduo está em jogo. Logo, a conexão de sistemas e comunicação alinhada entre diversas instituições de saúde, como hospitais e clínicas, por exemplo, tende a trazer vantagens, economia de custos e aumento de eficiência no tratamento.
“Imagine que um paciente vai para um determinado hospital, reporta seus sintomas, realiza exames e recebe seu prognóstico, tendo um tratamento efetivo – ou não -, e todas essas informações são armazenadas e conectadas em um determinado sistema. No dia seguinte, um outro indivíduo aparece em outra instituição com os mesmos relatos. Ao invés da equipe deste segundo hospital ‘quebrar’ a cabeça em busca de um diagnóstico e tratamento, com a conexão entre as duas instituições, os médicos e enfermeiros responsáveis pelo tratamento do segundo paciente já teriam em mãos um histórico parecido e uma base para atuar naquela situação. Isso permite uma grande economia de tempo, insumos e até mesmo gastos com o paciente”, finaliza o CEO da Laura.