Autoridades latino-americanas debaterão acesso a cuidados paliativos
No próximo 11 de outubro será realizado em Lima o Primeiro Encontro de Alto Nível “Cuidados Paliativos: Fortalecendo o Sistema Sócio Sanitário”, que reunirá autoridades do setor de toda a região, para discutir políticas públicas que ampliem o acesso a estes serviços. Na América Latina, dos 3,5 milhões de pessoas que requerem cuidados paliativos apenas 1% se beneficia deles.
O evento é organizado pela plataforma “Cuidados Paliativos: Fortalecendo o Sistema Sócio Sanitário” (CP-FeSS), que agrupa várias organizações líderes no tema.
A presidente da Associação Latino-americana de Cuidados Paliativos (ALCP), Dra. Tania Pastrana, comentou que espera que esta atividade estabeleça as bases para o desenvolvimento de um marco regional de apoio aos pacientes e seus familiares.
“Definitivamente, temos que somar esforços em torno deste tema. Embora haja um consenso global sobre a necessidade de fortalecer a prestação de cuidados paliativos, na prática, ainda existem múltiplas barreiras que impedem sua efetiva implementação”, afirma Dra. Pastrana.
Entre as principais barreiras que existem na região estão a ausência de políticas públicas de cuidados paliativos na maioria dos países; a falta de credenciamento oficial da especialidade ou subespecialidade médica; e a existência de regulamentos desnecessariamente restritivos sobre o uso de medicamentos controlados.
Por outro lado, a Diretora Executiva da Associação Internacional de Cuidados Paliativos (IAHPC), Dra. Liliana De Lima, explica que as intervenções nesta especialidade não só favorecem os pacientes e seus familiares, mas também beneficiam o sistema de saúde de forma integral.
“Há sólidas evidências científicas comprovando que os cuidados paliativos têm impacto positivo na qualidade de vida dos pacientes e de suas famílias. Além disso, diferentes estudos demonstraram que os cuidados paliativos podem reduzir hospitalizações e o uso de tratamentos desnecessários, contribuindo para a efetividade no uso de recursos públicos destinados aos cuidados da saúde”, pontua a Dra. De Lima.
Ao final da sessão, as contribuições das autoridades participantes serão consolidadas em um documento de política regional, que será apresentado no III Congresso Internacional de Cuidados Paliativos na América Latina.