O gerenciamento de riscos para a prevenção de infecção hospitalar

Por Breno de Araújo e Jeane Bronzatti

Desde 2004, a Organização Mundial da Saúde (OMS) vem priorizando cada vez mais a segurança dos pacientes, lançando periodicamente diferentes desafios globais com o objetivo de mobilizar e incentivar as instituições e os profissionais de saúde a promoverem ações efetivas que reduzam os riscos presentes no processo assistencial e, aumentando a segurança daqueles que buscam soluções para seus problemas de saúde. Mesmo com esses esforços, ainda há espaço para incentivar e melhorar as boas práticas no hospital, tendo como resultado mais vidas salvas e incapacidades prevenidas.

Em um cenário de pandemia como o que vivemos atualmente, é de suma importância adotar medidas para diminuir os riscos de uma infecção no ambiente hospitalar, principalmente em centros cirúrgicos e centros de materiais e esterilização. Para isso, é importante implementar um programa de gerenciamento de riscos, visando descrever, identificar, dimensionar, quantificar e realizar esforços, com metodologia simples e prática, para mitigar os riscos presentes nos processos hospitalares e assistenciais, e que muitas vezes são subestimados na dinâmica diária.

O risco é entendido como a existência de uma condição que possibilita a ocorrência de um evento adverso com a probabilidade de danos e perdas (óbitos, feridos, doentes, incapacitação, entre outros), é o resultado da interação entre ameaças naturais ou antropogênicas e a vulnerabilidade local. Já a gestão de riscos consiste no método utilizado para avaliar os modos de falhas de uma atividade específica com a finalidade de desenvolver ações para reduzi-lo, por meio da aplicação sistêmica e contínua de políticas, procedimentos, condutas e recursos na identificação, análise, avaliação, comunicação e controle de riscos e eventos adversos que afetam a segurança, a saúde humana, a integridade profissional, o meio ambiente e a imagem da instituição de saúde.

A gestão de riscos permite, ainda, que as instituições de saúde desenvolvam seus talentos, criem o equilíbrio que elimina ou reduz as ameaças e vulnerabilidades do sistema, por meio de estímulos que fortalecem uma cultura de qualidade e segurança centrada no paciente. Ela transforma a cultura da culpa e a resistência na abordagem de problemas de segurança, com foco no gerenciamento de processos, e não nas pessoas.

Para um bom gerenciamento de riscos, algumas estratégias e procedimentos devem ser adotadas. A primeira é evitar ou eliminá-lo, e isto pode significar não realizar uma atividade em que o risco é maior que o benefício, como por exemplo cancelar um procedimento cirúrgico de um paciente. No entanto, ressalta-se a importância de avaliar se a realização da cirurgia, quando indicada e realizada corretamente, traz mais benefícios do que o cancelamento.

Outra opção é mitigar, reduzir ou controlar o risco, buscando minimizar a probabilidade de os eventos ocorrerem ou reduzi-los a níveis aceitáveis. Neste processo de gestão é possível compartilhar ou transferir o risco, fazendo com que outra instituição possa se responsabilizar por ele, geralmente por meio da aquisição de um seguro ou uma compensação financeira, caso eventos adversos ocorram. No entanto, essa é uma estratégia que envolve um alto custo e não contribui para a prevenção de novos incidentes e uma assistência mais segura e com mais qualidade.

Por fim, uma última estratégia é a retenção ou aceitação, quando a instituição avalia que o risco é aceitável, por ser pequeno, de baixo impacto ou que tenha custos inviáveis para seguir de outra forma.

Para nós da 3M, combater possíveis complicações é um dever de todos que estão, direta ou indiretamente, envolvidos na assistência aos pacientes. É por isso que a empresa propõe continuamente novas ideias e soluções criativas de gestão para ajudar as instituições hospitalares a reduzir o risco de infecções associadas à assistência saúde, sabendo da importância do processamento seguro de materiais, que beneficia a todos. A equipe técnica da companhia trabalha em conjunto com os profissionais de saúde para atender as necessidades da organização, no que se refere a identificar potenciais falhas, mitigar os riscos e atender com excelência desde centros cirúrgicos complexos com alto volume até unidades de terapia intensiva e ambulatórios. Desde o início de 2020 compartilhamos com equipes de diversos hospitais do país programa para gerenciamento de riscos e os retornos, pós implementação, têm demostrado a efetividade da iniciativa. Tudo isso pensado para melhorar a segurança do paciente e da equipe, salvar vidas e contribuir para uma boa administração dos custos.


*Breno de Araújo, Enf. Ms. e Especialista em Assuntos Científicos e Educacionais da Divisão de Soluções Médicas da 3M do Brasil e Enfª. e Professora Jeane Bronzatti, Líderes do Programa Brasil

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